Paralisação sem aviso-prévio afeta terminais, provoca filas e leva congestionamento a um dos maiores índices do ano.
Uma paralisação parcial de motoristas de ônibus atingiu a capital paulista na tarde desta terça-feira (9), provocando forte impacto na rotina de milhares de passageiros. Sem aviso-prévio, profissionais interromperam parte das operações e começaram a recolher veículos aos terminais e garagens. Às 17h30, a cidade registrava 1.134 km de congestionamento, um dos índices mais altos de 2025.
Segundo relatos de usuários e monitoramento da TV Globo, ônibus deixaram de circular em regiões estratégicas da cidade, como os Terminais Santo Amaro, Campo Limpo, Dom Pedro II e Tucuruvi, onde plataformas ficaram lotadas enquanto veículos estacionados não retomavam viagem. A situação se agravou com a chuva que atingiu a capital ao longo do dia, ampliando ainda mais o travamento das vias.
O que motivou a paralisação?
De acordo com o Sindimotoristas, o protesto foi desencadeado após empresas informarem que não conseguiriam efetuar, até o dia 12, o pagamento do 13º salário e do vale-refeição das férias — compromisso que teria sido previamente firmado. O sindicato afirma que tentou negociar alternativas, mas não houve diálogo.
Entre as viações que, segundo a entidade, recolheram seus ônibus estão:
- Moobile
- KBPX
- Campo Belo
- Viação Grajaú
- Metrópole Paulista
- Viação Sudeste
Em algumas regiões, como Artur Alvim, na Zona Leste, moradores registraram pontos lotados e longas filas de táxi. Corridas por aplicativo chegaram a custar até quatro vezes mais no fim da tarde.
Resposta das empresas e posicionamento oficial
O SPUrbanuss, sindicato que representa as concessionárias, afirmou que as empresas “não estão poupando esforços” para cumprir as obrigações trabalhistas e solicitaram prazo maior para o pagamento do 13º salário, conforme a legislação permite. A entidade também declarou que mantém conversas com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana para concluir a revisão quadrienal dos contratos, alegando necessidade de recompor o equilíbrio econômico-financeiro do sistema.
A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, informou que os repasses às empresas estão em dia e que o pagamento do 13º é responsabilidade exclusiva das concessionárias. A gestão municipal confirmou que SPTrans e Secretaria de Mobilidade registraram boletim de ocorrência contra as viações que aderiram ao movimento sem aviso-prévio, classificando a paralisação como “descumprimento grave da legislação”.
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Trânsito bate recordes e paralisa volta para casa
O acúmulo de ônibus recolhidos, chuva e aumento abrupto na demanda por transporte individual resultaram em um dos piores cenários de lentidão do ano na capital paulista. Às 17h, já eram 999 km de congestionamento; meia hora depois, o número saltou para 1.134 km.
O recorde de 2025 permanece os 1.335 km registrados em 8 de agosto, às 19h. O maior índice histórico continua sendo o de 9 de agosto de 2024, quando a cidade atingiu 1.510 km de vias congestionadas.
Como fica a circulação nas próximas horas?
A retomada total das linhas ainda dependia, até o início da noite, de novas negociações entre sindicato e empresas. Passageiros relatavam incerteza sobre o horário de partida dos últimos ônibus e longos deslocamentos a pé em regiões como Santo Amaro e Cursino, onde dezenas de veículos retornavam às garagens.
A Prefeitura monitora a situação em tempo real e orienta os usuários a buscarem informações atualizadas nos canais oficiais de mobilidade. A recomendação é planejar deslocamentos com antecedência e evitar trechos críticos.
A paralisação desta terça-feira escancara o grau de fragilidade do sistema de transporte paulistano, pressionado por disputas trabalhistas e por um modelo contratual que ainda busca equilíbrio. Enquanto trabalhadores exigem garantias salariais e empresas alegam dificuldades financeiras, a população volta a ser diretamente afetada — enfrentando atrasos, superlotação e aumento no custo de deslocamento.
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Fonte: cenariomt






