O governo do presidente estå prestes a apresentar uma proposta que visa a modificar a Lei de Acesso à Informação (LAI), mas não vai mudar a regra que trata do sigilo de gastos da primeira-dama, Janja da Silva.
A intenção da alteração legislativa é modificar o trecho que atualmente permite a imposição de sigilo de cem anos sobre certas informaçÔes.
De acordo com o site Poder360, a nova redação não permitirå a divulgação de informaçÔes sobre gastos e compromissos da primeira-dama, Rosùngela da Silva, a Janja.
A sociĂłloga tem um gabinete no PalĂĄcio do Planalto, onde exerce influĂȘncia em diversas ĂĄreas do governo. AlĂ©m disso, ela tem acesso direto ao celular do presidente.
O governo tem frequentemente negado pedidos de divulgação de informaçÔes relacionadas a ela. O Executivo afirma que os dados pessoais de Janja precisam ser protegidos.Â
Os pedidos negados geralmente envolvem compromissos de Janja, como reuniĂ”es com autoridades em prĂ©dios da PresidĂȘncia ou em ministĂ©rios, alĂ©m da participação em eventos pĂșblicos.

A justificativa apresentada é que a liberação de tais informaçÔes poderia expor dados pessoais, o que inclui visitas recebidas no Palåcio da Alvorada e gastos com a segurança.
A proposta de alteração da LAI foi enviada pela Controladoria-Geral da UniĂŁo (CGU) para anĂĄlise da presidĂȘncia. Espera-se que o texto seja liberado depois das eleiçÔes dos presidentes da CĂąmara e do Senado, que serĂŁo realizadas neste sĂĄbado, 1Âș.
O governo afirma que as mudanças de propostas visam a aumentar a transparĂȘncia, uma promessa de campanha de Lula, mas com alteraçÔes mĂnimas na lei.Â
Entre as mudanças, estå a limitação do sigilo para dados pessoais de cidadãos comuns, como prontuårios médicos do SUS, para cinco anos depois da morte.
Para pessoas que exercem cargos pĂșblicos de interesse, como ministros, as informaçÔes, mesmo que pessoais, poderĂŁo ser liberadas de forma mais acessĂvel do que atualmente.Â
AlĂ©m disso, serĂĄ criado um formulĂĄrio que cada ĂłrgĂŁo deverĂĄ preencher. O objetivo serĂĄ avaliar o interesse pĂșblico das informaçÔes solicitadas.
Esses dados serĂŁo enviados Ă CGU. O ĂłrgĂŁo terĂĄ o poder de intervir se considerar que a negativa de divulgação nĂŁo foi justificada.Â
No entanto, como primeira-dama, Janja nĂŁo Ă© oficialmente uma funcionĂĄria do governo. Portanto, nĂŁo se enquadra na nova norma.

Em 2023, no inĂcio do terceiro mandato de Lula, o petista considerou a nomeação de Janja a um cargo oficial, a pedido dela.Â
Contudo, o governo desistiu, em virtude do temor de que isso configurasse nepotismo e abrisse a possibilidade de escrutĂnio pelo Congresso.
Fonte: revistaoeste