“Eu pedi ao secretário César Miranda para iniciar esse diálogo enquanto eu estava fora. Agora, pessoalmente, pretendo buscar uma agenda com a diretoria em Campinas, para fazer essa interlocução e tentar demovê-los dessa ideia de cortar voos do nosso Estado”, disse Mendes.
A Azul passa por um processo de recuperação judicial, homologado pela Justiça dos Estados Unidos, e anunciou cortes em diversas rotas em todo o país. Em Mato Grosso, a empresa suspendeu o voo direto entre Cuiabá e Alta Floresta e manteve apenas a ligação da cidade do norte do estado com o aeroporto de Viracopos (SP).
“Essas decisões são privadas, mas se depender de algo que o governo possa fazer, vamos abrir esse diálogo. E, dentro da regra estabelecida, se a empresa descumprir, poderemos rever parte dos benefícios concedidos”, acrescentou o governador, em referência ao Programa Voo MT, que concede incentivos fiscais para estimular a malha aérea regional.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, também tem atuado nas tratativas com a companhia. Ele participou de uma reunião com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em Brasília, articulada pelo senador Jayme Campos (União), com presença da senadora Margareth Buzetti (PSD) e do prefeito de Alta Floresta, Chico Gamba (União).
“O que estamos tentando é um processo de convencimento. Ninguém pode obrigar uma companhia aérea a manter um voo, mas estamos mostrando a importância dessa ligação aérea para a região norte de Mato Grosso, que abrange municípios como Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás e Nova Bandeirantes”, destacou Miranda.
Segundo o secretário, a Azul também cancelou voos com origem em Cuiabá para destinos como Brasília, Maceió, Ribeirão Preto e Campo Grande. A preocupação do governo é com o impacto direto à população e à economia regional.
Durante a reunião ministerial, Miranda defendeu ainda a abertura do mercado aéreo nacional a novas empresas, inclusive internacionais. “Hoje, o Brasil está nas mãos de três companhias. Defendemos que voos internacionais, por exemplo, possam fazer escalas comerciais em cidades da Amazônia Legal. Isso aumentaria a concorrência e ajudaria a reduzir o preço das passagens”, argumentou.
A data da reunião entre o governador Mauro Mendes e a direção da Azul ainda não foi confirmada.
Fonte: Olhar Direto
