Ele ressaltou que, para o governo, um determinado nível de inflação pode ser bom num primeiro momento, mas tende a piorar na sequência.
“O dólar alto aumenta o custo de muitos produtos que são importados, ele aumenta o custo da produção de alguns bens de capitais, porque eles são ligados ao dólar. Ele vai ter um impacto na inflação, que é muito ruim para o trabalhador, é muito ruim para todas as pessoas que vivem de salário”, explicou o governador.
Com o resultado de 0,52% em dezembro, a inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%, acima do limite máximo da meta estipulada pelo governo. Em 2023, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) havia ficado em 4,62%.
A meta de inflação do governo para 2024 foi de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para mais ou para menos. Ou seja, o IPCA do ano ficou 0,33 p.p. acima. O resultado de 2024 é o mais alto desde 2022 (5,79%).
Com relação à alta de juros, o governador disse que o seguidos aumentos da taxa de juros decorre, principalmente, do aumento da dívida pública. De acordo com ele, quanto mais o país se endivida, mais a taxa de juro tende a subir e prejudicar a população.
“Essa taxa de juros que o Brasil paga, o trabalhador também paga quando vai comprar a geladeira à prestação, quando vai comprar a sua moto, a sua bicicleta. No juro do cartão de crédito, cheque especial, o custo de muita coisa que ele consome no dia a dia, esse juro vai estar embutido”, alertou.
Ainda de acordo com Mendes, os juros altos diminuem os investimentos no país, no que muita gente prefere deixar de realizar investimentos e gerar empresas para “deixar o dinheiro aplicado a juros”.
“Por que você vai correr risco para ganhar 10%, 15%? Você pode ganhar 15% sem fazer nada com o dinheiro parado do banco. Muitos investidores deixarão de fazer investimento produtivo, de gerar emprego, de girar a economia para deixar o seu dinheiro aplicado, rendendo juros, [com] esses juros altos aqui”.
A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o Banco Central (BC) aumentar mais uma vez os juros. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic, juros básicos da economia, em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano.
Fonte: Olhar Direto