Política

Governador expressa preocupação com tarifas de Trump e pede que Lula evite viés ideológico

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– O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, criticou com veemência o anúncio do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a aplicação de uma tarifa de até 50% sobre produtos brasileiros. A declaração foi feita nesta quinta-feira (10), após uma reunião com o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, no Palácio Paiaguás.

Mendes disse ter recebido a notícia com “muita surpresa e com certa preocupação”, destacando que o momento exige equilíbrio e foco nos interesses do país. “Existem muitos radicalismos, existem posições desarrazoadas de ambos os lados. Temos que focar naquilo que produz resultado para o nosso país”, afirmou o governador.

Ele evitou entrar em um embate ideológico e ressaltou que tanto o presidente Lula quanto Trump deveriam priorizar os problemas internos de seus respectivos países. “Eu não quero entrar num debate ideológico nesse momento se Lula está certo, se Bolsonaro está certo, mas eu acho que Lula tem que focar, nosso presidente, no nosso país, nos nossos problemas, assim como o Trump tem que fazer lá no dele”, disse.

O chamado “tarifaço” anunciado por Trump representa uma retaliação comercial ampla. Além da tarifa-base de 10% prevista para agosto, o ex-presidente dos EUA propôs sobretaxar países do BRICS — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — por considerar que suas políticas são “antiamericanas” e prejudicam a indústria norte-americana.

O Brasil, maior exportador mundial de produtos como carne bovina, soja, suco de laranja e café, pode ser severamente impactado com as novas medidas.

Mauro Mendes alertou para os riscos que a medida representa para a economia nacional. “Não adianta dobrar a aposta porque ele dobra do outro lado. E ele é muito grande, ele consegue fazer isso. Nós temos uma interdependência do comércio internacional tanto na via da importação quanto da exportação”, explicou.

Segundo o governador, o Brasil precisa manter boas relações comerciais para sustentar o saldo positivo da balança comercial. “As contas do governo federal não andam bem. Imagina num cenário de redução de exportação, num cenário onde tenhamos desequilíbrios mercadológicos causados por essas interferências”, completou.

Por fim, Mendes defendeu que o governo federal adote uma postura pragmática, deixando de lado disputas ideológicas que, segundo ele, não contribuem para a estabilidade econômica. “Era de ter juízo, de ter sensatez, colocar o Brasil em primeiro lugar. Deixar esse viés ideológico de lado e fazer aquilo que é bom para o país”, concluiu.

O governo brasileiro, por sua vez, tem tentado buscar uma solução diplomática para evitar os efeitos do tarifaço. O presidente Lula montou um grupo de trabalho para tratar do tema, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já sinalizou a possibilidade de diálogo com os EUA antes do prazo de entrada em vigor das tarifas, previsto para 1º de agosto. Caso contrário, o país poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) ou adotar medidas retaliatórias.

Fonte: odocumento

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