Reconhecido internacionalmente como presidente eleito da Venezuela, Edmundo González iniciou, no último sábado, 2, uma série de visitas pela América Latina com o objetivo de denunciar práticas do regime do ditador Nicolás Maduro.
O Brasil, no entanto, não está incluído em sua agenda, nem há previsão de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até o momento, nem o Palácio do Planalto e nem o Itamaraty receberam solicitação formal para uma reunião com González.
Segundo a CNN, diplomatas brasileiros consideram, em caráter reservado, imprudente acolher o oposicionista, uma vez que o Brasil busca se posicionar como mediador em busca de uma solução pacífica entre situação e oposição nas eleições venezuelanas.
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou Maduro vencedor nas eleições presidenciais de 28 de julho. Entretanto, países como Estados Unidos, Argentina e várias nações europeias reconheceram González como o verdadeiro vencedor.
O Brasil não reconheceu oficialmente a vitória de Maduro e exige a apresentação das atas eleitorais. No entanto, também não endossa González como presidente legítimo.
Começo da viagem de Edmundo González

Em mensagem nas redes sociais, González afirmou que começou a viagem pela América Latina com a primeira parada sendo a Argentina.
Este cenário ocorre em meio a tensões, já que o governo de Maduro anunciou uma recompensa de US$ 100 mil por informações sobre o paradeiro de González, que recebeu asilo da Espanha desde setembro.
Nesta segunda-feira, 6, Edmundo González realizou uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, além de outros diplomatas e líderes latino-americanos.
A situação entre Brasil e Venezuela
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Depois do contestado resultado eleitoral que reconduziu Maduro ao poder, Lula buscou apoio de países como México e Colômbia com o objetivo de pressionar a Venezuela pela transparência eleitoral. As atas das eleições foram colocadas sob sigilo pela Suprema Corte venezuelana, o que gerou ainda mais desconfiança.
Apesar disso, o Brasil enviará a diplomata Glivânia Maria de Oliveira, embaixadora em Caracas, para a cerimônia de posse de Maduro, marcada para 10 de janeiro de 2025.
A situação diplomática entre Brasil e Venezuela tornou-se mais delicada depois de Lula decidir vetar a participação da Venezuela na Cúpula dos Brics, ressaltando a tentativa do Brasil de manter uma posição neutra frente ao conflito político venezuelano.
Fonte: revistaoeste