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Glutamato monossódico: descubra onde ele está presente e saiba se é seguro consumir

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Ingrediente de nome esquisito, o glutamato monossódico é amplamente usado na indústria alimentícia como realçador de sabor, mas também é cercado de polêmicas.

Enquanto agências reguladoras, como a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o FDA (Food and Drug Administration, que regula e aprova medicamentos e alimentos nos EUA), consideram seguro para consumo moderado, muitas pessoas buscam evitá-lo devido a possíveis efeitos colaterais e sua associação com alimentos ultraprocessados.

O que é o glutamato monossódico e por que ele é usado?

O glutamato monossódico é um tipo de sal derivado do ácido glutâmico. “Trata-se de um aminoácido [os ‘blocos’ que formam as proteínas] não essencial que está presente naturalmente em alimentos como carnes, queijos, tomates e cogumelos”, explica Lucas Alves Deienno, nutricionista da Clínica CliNutri.

Esse aditivo é especialmente valorizado pela indústria alimentícia por intensificar o gosto umami, conhecido como o “quinto sabor”, o que torna os alimentos mais saborosos. “Ele aumenta a salivação e prolonga a percepção do sabor dos alimentos na língua. Isso torna os produtos mais atrativos ao paladar”, completa Deienno.

O especialista aponta que, graças a essa propriedade, o glutamato é amplamente usado em produtos ultraprocessados, como:

Temperos prontos e caldos em tabletes;

Sopas instantâneas;

Snacks e salgadinhos industrializados;

Molhos, como ketchup, shoyu e barbecue;

Pratos congelados e alimentos prontos para consumo.

Apesar de atuar como um reforço de sabor, a presença desse ingrediente costuma estar ligada a produtos de baixo valor nutricional e ricos em sódio, gorduras saturadas e outros aditivos.

É seguro? O que dizem estudos e especialistas

A Anvisa classifica o glutamato monossódico como seguro para consumo moderado, e não há um limite estabelecido pela agência sobre a quantidade permitida. Contudo, estudos sugerem que doses superiores a 3 gramas de uma só vez podem causar desconforto em pessoas sensíveis.

A nutricionista Thays Pomini diz que essas pessoas podem experimentar uma série de sintomas relacionados à “intolerância ao glutamato monossódico”, que incluem dor de cabeça, rubor facial, sudorese excessiva, náuseas, dormência, fadiga e palpitações.

No entanto, é importante destacar que menos de 1% da população apresenta essa sensibilidade, e os efeitos adversos estão mais associados ao consumo exagerado. “Quando há exagero, existem potenciais preocupações relacionadas ao aumento da pressão arterial, possíveis impactos no sistema nervoso, alterações metabólicas e inflamação sistêmica”, destaca Pomini.

Glutamato e ultraprocessados: um problema maior

Um dos principais problemas relacionados ao glutamato monossódico não está necessariamente em sua composição química, mas no tipo de alimento ao qual ele está associado, principalmente os considerados ultraprocessados.

“O glutamato monossódico está frequentemente presente em alimentos altamente processados, que são ricos em sódio, gorduras saturadas e ingredientes refinados, com baixo valor nutricional. Esta característica por si só já sugere que o consumo desses alimentos deve ser limitado ou evitado”, indica Pomini.

Os especialistas destacam que esses tipos de produtos, quase sempre com glutamato em sua composição, podem levar ao desenvolvimento de condições crônicas, como obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

“Pensando nisso, o ideal é evitar esses alimentos refinados e industrializados e optar pelos mais naturais e integrais, porque, além de não terem glutamato monossódico ou terem apenas de forma natural, eles preservam seus nutrientes, vitaminas, minerais e fibras”, inclui a nutróloga Liliane Oppermann.

Por que considerar evitar o glutamato monossódico?

Para quem busca uma alimentação mais equilibrada, evitar o aditivo é mais uma escolha ligada à redução do consumo de ultraprocessados do que ao risco direto do glutamato monossódico.

“A estratégia não é apenas evitar o glutamato monossódico, mas sim adotar uma dieta rica em alimentos naturais e integrais, que promovem maior saciedade e oferecem nutrientes essenciais para o corpo”, reforça Deienno.

Se você busca diminuir o consumo de glutamato monossódico, algumas dicas práticas incluem:

Leia os rótulos dos alimentos: evite ingredientes com nomes estranhos, como “glutamato monossódico”, “extrato de levedura” ou “aprimorador de sabor”.

Priorize alimentos frescos: opte por frutas, legumes, verduras, carnes frescas e grãos integrais.

Evite temperos prontos: substitua caldos e temperos industrializados por ervas e especiarias naturais.

Prepare suas refeições em casa: cozinhar do zero é uma forma eficaz de controlar os ingredientes que você consome.

Como vimos, o glutamato monossódico, por si só, não é o grande vilão. Seu consumo em pequenas quantidades é considerado seguro para a maioria das pessoas. Contudo, sua associação com alimentos ultraprocessados, ricos em sódio e de baixo valor nutricional, levanta preocupações que vão além do próprio aditivo.

“Optar por evitar o aditivo significa, na prática, adotar uma dieta mais equilibrada e rica em alimentos naturais. Essa é a verdadeira vantagem”, diz Deienno.

Fontes: Lucas Alves Deienno, nutricionista da Clínica CliNutri, graduado em nutrição pela Universidade Cidade de São Paulo, pós-graduando em metabolismo e emagrecimento pela Uniguaçu; Liliane Oppermann, nutróloga com título de especialista pela Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), pós-graduada em prática ortomolecular e medicina integrativa pela Fapes; Thays Pomini, nutricionista pós-graduada em nutrição estética e esportiva, em nutrição fitoterápica e em genética e epigenética.

Fonte: uol

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