O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes voltou a criticar a Operação Lava Jato e o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR). O decano do Supremo deu a declaração em uma entrevista à CNN Portugal, nesta segunda-feira, 24.
Durante a conversa, Gilmar Mendes disse que o Brasil inventou âuma forma de combate Ă corrupçãoâ com a Lava Jato. No entanto, ele acrescentou que âos combatentes gostavam tambĂ©m muito de dinheiroâ, referindo-se a Moro.
âEm nosso paĂs, criamos um modo de combater a corrupção, mas os combatentes tambĂ©m gostavam muito de dinheiroâ, disse o ministro, sem apresentar provas. âSergio Moro e seus colegas inventaram fundaçÔes e buscaram se apropriar, como se estivessem se remunerando pelo combate Ă corrupção. Isso foi extremamente negativo.â
Moro e o ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, ainda nĂŁo se pronunciaram sobre o novo ataque de Gilmar Mendes.
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O ministro estĂĄ em Lisboa para participar do, conhecido como âGilmarpaloozaâ, que vai ser realizado entre 26 e 28 de junho. O evento, do qual o ministro Ă© um dos anfitriĂ”es, vai levar uma dezena de polĂticos brasileiro Ă capital portuguesa.
Na mesma ocasiĂŁo, Gilmar Mendes afirmou que ânĂŁo hĂĄ clima no Brasilâ para tratar sobre uma possĂvel anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Atualmente, vårios projetos que pretendem anistiar os envolvidos no 8 de janeiro tramitam no Congresso. O decano da Corte disse não acreditar no avanço dessas propostas legislativas.
âNĂŁo acredito que haja clima no Brasil para um debate sobre anistia diante da gravidade dos fatos que ocorreramâ, disse Gilmar Mendes, na mesma entrevista Ă Â CNN Portugal. A rede tambĂ©m perguntou ao magistrado se existe um movimento no Brasil para, em Ășltima instĂąncia, oferecer anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O magistrado disse que esse seja, talvez, âmais um movimento polĂtico que Ă© naturalâ. âEstamos Ă s vĂ©speras de eleiçÔes municipais, e Ă© natural que haja esse tipo de diĂĄlogo, vamos chamar assim, retĂłrico e polĂticoâ, observou.
Questionado sobre a possibilidade de o Supremo anular sua decisĂŁo que tornou Bolsonaro inelegĂvel atĂ© 2030, Mendes disse que acha âmuito difĂcilâ.
âVamos aguardar a deliberação do tribunal, mas tudo tende a manter a decisĂŁo que jĂĄ foi tomada, essa tem sido a rotina em casos semelhantesâ, respondeu.
Fonte: revistaoeste