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Gigantes do Agro Testam Arma Secreta contra Praga Invisível no Brasil: Descubra Agora!

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Referências no mundo do agro, a empresa alemã Basf e as norte-americanas Corteva Agriscience e M.S. Technologies anunciaram recentemente uma colaboração inédita para testar uma tecnologia de sementes no Brasil. A parceria estratégica vai impulsionar o lançamento de uma nova característica genética para combater nematoides, pragas microscópicas que causam bilhões em prejuízos anuais nas lavouras.

O acordo de licenciamento permite que o novo trait de soja da Basf, chamado de NRS (em inglês, nematode resistant soja), seja incorporado às sementes das plataformas de soja da Corteva e M.S. Technologies, conhecidas comercialmente como Enlist E3® e Conkesta E3®.

A escolha do Brasil como mercado inicial não é aleatória. O país é o maior produtor mundial de soja, com uma estimativa da safra 2024/2025 de 169,49 milhões de toneladas, plantadas em 47,61 milhões de hectares, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Adolfo Ulbrich, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento para Sementes e Traits da Basf Soluções para Agricultura na América Latina, explica que a decisão faz parte da estratégia de ter uma presença mais forte no mercado brasileiro. “Esta parceria ocorre em nível global, e o Brasil será o primeiro país a receber essa tecnologia, uma vez que as variedades comerciais contendo o trait NRS serão uma novidade no mercado”, afirma.

Solução para um problema bilionário

Os nematoides são considerados uma das pragas mais difíceis de controlar. De acordo com um levantamento de 2022 da Syngenta em parceria com a consultoria Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia, as perdas causadas por nematoides em diversos cultivos no Brasil chegam a R$ 65 bilhões.

Apenas na cultura da soja, o prejuízo anual é de R$ 27,7 bilhões, o que equivale à perda de uma safra inteira a cada dez plantadas. Conforme a Basf, o trait NRS demonstrou um controle superior a 90% dos nematoides das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) em mais de 160 testes de campo realizados nos últimos sete anos. O produto também age sobre o nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines).

A tecnologia funciona de forma semelhante às proteínas usadas para o manejo de lagartas na soja. “O trait NRS confere à planta a capacidade de produzir uma proteína Cry, derivada da bactéria Bacillus thuringiensis, que é tóxica para o nematoide. Ao se alimentar nas raízes, o microrganismo adquire a proteína, que se acumula em seu intestino e interrompe a absorção de nutrientes, levando-o à morte”, detalha Ulbrich.

O executivo ressalta que o trait NRS não deve substituir, e sim complementar as ferramentas de manejo já existentes, como tratamentos de sementes e rotação de culturas. Ele reforça que a tecnologia será “disruptiva” para o controle dos nematoides das lesões radiculares, já que atualmente não há ferramentas eficientes no mercado brasileiro para esse fim.

Estimativa é lançar a nova soja até o início da próxima década

A união das três empresas é vista como um marco no setor. “Estamos contentes com a oportunidade de combinar nossa tecnologia de soja com o trait de resistência a nematoides da Basf, oferecendo aos produtores de todo o Brasil uma nova ferramenta para ajudar na proteção contra o Pratylenchus brachyurus e o nematoide do cisto da soja”, destaca Christian Pflug, diretor de Licenciamento da Corteva para o Brasil e Paraguai.

O presidente da M.S. Technologies, Joe Merschman, reforça a visão de que a parceria representa uma “mudança radical” na proteção das lavouras. “Desde o início, a M.S. Technologies tem se concentrado no desenvolvimento da genética de soja de mais alto desempenho do setor. Combinar a genética de nossas plataformas com esse novo trait NRS da Basf representa uma mudança radical na proteção de valor para os produtores de soja da América do Sul”, afirma o executivo.

As empresas preveem que as variedades comerciais, contendo a inovação tecnológica do trait NRS, estarão disponíveis para os agricultores no Brasil até o final desta década ou início da próxima. A chegada da tecnologia depende da conclusão dos testes de campo e das revisões regulatórias aplicáveis, tanto no Brasil quanto nos países que importam a produção brasileira de soja. Segundo Ulbrich, a Basf já tem a aprovação do trait NRS no Brasil e também nos Estados Unidos, Canadá, China e Argentina.

Fonte: gazetadopovo

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