Chapada dos Guimarães

Gestão estadualizada poderia integrar Chapada ao novo autódromo, afirma governador

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O governador Mauro Mendes (União) voltou a lamentar que o governo federal não tenha transferido ao Estado a administração do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Segundo ele, caso a proposta apresentada por Mato Grosso tivesse avançado, a unidade já contaria com obras de infraestrutura turística, ampliando o potencial da região, que nesta semana recebeu a inauguração da pista do Autódromo Internacional de Mato Grosso, no Parque Novo Mato Grosso, em Cuiabá.

A declaração foi dada na noite desta quinta-feira (13), durante os treinos livres da BRB Stock Car Pro Series, no Autódromo Internacional de Mato Grosso, no Parque Novo Mato Grosso, em Cuiabá. Mendes afirmou que o autódromo integra um conjunto de investimentos em turismo realizados pelo Estado e que poderiam estar conectados ao parque.
“Termos um autódromo desse tamanho, tão elogiado, não é elogio para o governador Mauro Mendes, é elogio para Mato Grosso. As pessoas que vêm aqui não vêm só para a corrida. Elas querem conhecer cachoeiras, rios e atrativos turísticos”, disse.
O governador citou intervenções já executadas em outras regiões, como a orla de Santo Antônio de Leverger, obras em Barão de Melgaço, Cáceres, Barra do Bugres, São Félix do Araguaia e Luciara, além de ações de requalificação em Nobres. Segundo ele, tais investimentos compõem uma estratégia para impulsionar o turismo com infraestrutura pública capaz de atrair iniciativas privadas.
“Existe todo um conjunto de investimentos que vão potencializar o investimento privado. Esse é o papel do governo: criar infraestrutura para que a iniciativa privada ofereça serviços, gere emprego e desenvolva produtos turísticos”, declarou.
Ao tratar da Chapada dos Guimarães, Mendes criticou a concessão federal da unidade e disse lamentar que o Estado não tenha recebido a gestão. Ele comparou os valores previstos no contrato federal com a proposta estadual.
“Há um ano, um ano e meio, lamento muito, porque o que o governo federal fez foi um crime contra a Chapada, contra os mato-grossenses, não ter dado aquele parque para nós cuidarmos. Eles vão colocar 18 milhões em 30 anos; nós propusemos colocar 200 milhões em três anos. Não quiseram dar para nós, deram para alguém. Alguém viu algum investimento acontecendo lá? Não viu absolutamente nada”, afirmou.
O governador também citou dificuldades de acesso a atrativos, como o Morro de São Jerônimo, e defendeu a implementação de uma estrada-parque. Segundo ele, a falta de infraestrutura limita o aproveitamento turístico e afasta visitantes que participam de grandes eventos em Cuiabá.
“Chapada é linda, mas muitos lugares são inacessíveis. Se tivéssemos assumido o parque, todas essas milhares de pessoas que estão aqui na Stock Car poderiam ter ido até Chapada, almoçado por lá e voltado para a corrida. Mas hoje há pouca coisa para fazer”, declarou.

O processo de concessão do Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi estruturado pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, em parceria com o BNDES, o Ministério do Turismo, o Ministério do Meio Ambiente e o ICMBio.
O edital, vencido pela empresa Parquetur, previa investimentos de R$ 18 milhões em cinco anos para ações de visitação, preservação ambiental, infraestrutura e recreação. A empresa administra outras unidades de conservação, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO).
Em 2024, o primeiro edital foi anulado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após questionamentos da MT PAR, empresa estatal de Mato Grosso. Um novo edital foi lançado meses depois e novamente contestado, mas acabou mantido por decisão judicial, resultando na concessão para a Parquetur.
Nesta semana, o governo estadual anunciou que deixaria de buscar a administração da unidade devido às dificuldades enfrentadas no processo. Por três anos, Mauro Mendes tentou a estadualização do parque, incluindo articulação de um projeto no Senado, que não avançou.

Criado em 1989, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães abrange áreas de Cuiabá e Chapada dos Guimarães. A unidade protege ecossistemas do Cerrado, sítios arqueológicos e nascentes de importantes bacias hidrográficas, como as dos rios Paraguai, Araguaia, Tocantins, Juruena-Tapajós e São Francisco.
Pelo modelo de concessão vigente, a maior parte dos investimentos será destinada ao ordenamento da visitação, controle de acesso e infraestrutura para receber turistas, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável da região.

 

Fonte: Olhar Direto

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