Hoje nos reportamos à geração que sucedeu os baby boomers, aquela dos nascidos aproximadamente entre 1965 e 1980, a Geração X, que ficou conhecida como uma geração de transição entre os que nasceram no mundo analógico e que só depois de adultos tiveram contato com o digital e aqueles que foram apresentados ao mundo digital incipiente ainda na infância ou na adolescência.
Confira abaixo vídeo do psiquiatra Marcos Estevão:
Essa geração transitou entre a estabilidade profissional e o serviço duro, de um lado e o equilíbrio entre o trabalho e a família, de outro. Seus representantes, até hoje, buscam segurança profissional e flexibilidade no trabalho.
A Geração X já enfrentou uma série de desafios, porque viveu grandes transformações sociais, políticas e econômicas e desenvolveu habilidades suficiente para encarar os diversos momentos desse período e isso mudou e caracterizou essa geração, que acompanhou o nascimento da tecnologia, mas não nasceu com ela.
Viver o surgimento da era digital e da internet, adquirir e utilizar seu computador pessoal e a necessidade de conviver com esse marco desenvolvimentista foi mais um dos muitos desafios enfrentados com sucesso, uma vez que os componentes dessa geração possuíam grande capacidade de adaptação.
Enquanto na era anterior havia uma certa corrida à formação de famílias tradicionais, com marido, mulher e filhos; aqui aumentava o número de separações e divórcios e as relações diversificavam-se em uniões não oficializadas pelo direito civil ou pela igreja, ainda preponderantemente biparentais, apesar de que muitos cresceram em lares monoparentais, o que mudou muito a visão do indivíduo sobre família e a necessidade de lutar ou não por relações estáveis e duradouras.
O ceticismo em relação às abordagens tradicionais e às instituições é uma das características dessa época. Apesar da descrença pregada e vivida por esta geração em relação à constituição da família, não foi tão fácil – hoje bem menos difícil – conviver com aquilo que clamam, ou seja, ainda sofrem com a separação dos pais, que com o desenlace matrimonial, desfazem suas famílias tradicionais.
De outro prisma, tornaram-se pessoas mais pragmáticas e individualistas, que questionam o consumo exagerado e o descuido com o meio ambiente de seus antecessores numa época em que a economia mundial vinha fragilizada pela recessão dos anos 70 e aumento do desemprego.
A Geração X tornou-se uma geração autossuficiente, mais independente, adaptada aos desafios, com a busca de equilíbrio entre trabalho e família, que não foi alcançada pela geração anterior.
A educação é muito valorizada por essa geração, inclusive com maior acesso a cursos superiores. Em contrapartida, foi nessa época que veio a maior competitividade no mercado de trabalho e foi também nessa geração que se enfrentou uma nova recessão, a dos anos 90 do século passado.
A televisão e o cinema influenciaram muito essa geração, moldando suas referências culturais, com filmes e séries que abordavam temas de rebelião, independência e justiça social. O hip-hop, o punk e o grunge são estilos musicais que pertencem à cultura da Geração X.
É uma geração que, assim como os baby boomers, vem alcançando maior expectativa de vida e com isso é composta de indivíduos que chegaram à meia idade ou estão adentrando a terceira idade, cuidando de pais idosos da geração anterior.
A Geração X contribui com o modelo de mundo moderno, com seu caráter independente e autossuficiente, adaptando-se às mudanças tecnológicas e sociais e questionando normas estabelecidas. A saúde mental dessa geração termina sendo afetada, principalmente pela falta de estabilidade profissional e financeira que muitos não vêm conseguindo obter.
O lado bom é que se trata de uma geração que não corrobora com os estigmas do passado em relação às enfermidades da mente e, dessa forma, busca mais os profissionais da área da saúde mental e tem maior adesão ao tratamento médico psiquiátrico e psicológico.
Fonte: primeirapagina