A montadora chinesa Geely está oficialmente de volta ao Brasil e de forma inusitada. O grupo privado assinou uma joint-venture com a Renault para ter acesso à infraestrutura de produção e venda de veículos no país.
Para viabilizar essa estratégia, a Geely Holding irá assumir parte das ações da Renault do Brasil, o que abrirá caminho para que ela possa vender seus modelos sem arcar com taxas de importação.
As duas empresas afirmaram que os veículos da marca chinesa serão apenas de zero e de baixas emissões, ou seja, híbridos ou 100% elétricos.
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A Renault, por sua vez, será a distribuidora oficial dos veículos da Geely, mas não está claro como a rede de concessionária se adaptará a essa mudança.
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Os veículos da Geely deverão ser montados no Complexo Ayrton Senna, em São José dos Pinhais, Paraná. Também não está claro se a Renault irá aplicar seu logo ou adaptar algum desses veículos para sua própria gama, como ela fez com o SUV Grand Koleos na Coreia do Sul.
O negócio também depende da assinatura dos acordos definitivos e aprovações prévias das autoridades regulatórias dos dois países.
“A Renault Group e a Geely já têm um histórico considerável de parcerias: lançamos de forma bem-sucedida uma joint venture na Coreia do Sul e, com a Horse, criamos a líder mundial de tecnologias de grupos motopropulsores. Juntos, construímos uma relação de trabalho eficaz, com confiança. São grandes diferenciais que queremos potencializar hoje, com esta nova cooperação no Brasil. Ela permitirá a consolidação de nossa presença industrial no estado do Paraná e fortalecer ainda mais a posição da marca Renault neste mercado-chave”, disse Luca de Meo, CEO do Renault Group.
“A cooperação da Geely com a Renault é parte de seu compromisso de trabalhar com parceiros globais na transformação e melhoria da indústria, com foco na sustentabilidade. A relação da Geely com a Renault está evoluindo, desde a Coreia do Sul até os motores globais e, agora no Brasil. Ao trabalhar juntos, nos beneficiamos mutuamente de sinergias compartilhadas e eficiências aprimoradas, para criar ainda mais valor para os nossos consumidores em todo o mundo”, acrescentou Eric Li, Chairman do Geely Holding Group.
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Passagem modesta pelo Brasil entre 2014 e 2017
A Horse, citada por Luca de Meo, é uma joint-venture que produz motores para ambos os grupos e foi estabelecida em maio de 2024.
O anúncio ocorre quase 11 anos após a primeira passagem da Geely pelo Brasil. Em abril de 2014, a marca estreou no país por meio do grupo Gandini, que também é representante da Kia.
A operação, no entanto, foi modesta, com a venda de pouco mais de 1.200 veículos dos modelos GC2, um compacto, e EC7, um sedã médio. Em 2017, ambos já não eram mais comercializados.
Nesse meio tempo, o grupo chinês assumiu a sueca Volvo e lançou outras submarcas como a Zeekr, que estreou por aqui em 2024.
A volta ao Brasil já era cogitada há tempos, mas ganhou força com a estratégia das marcas chinesas de buscar mercados fora do país.
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Fonte: autoo