Ficar preso dentro do próprio corpo, incapaz de se mover ou comunicar-se, enquanto todos ao redor acreditam que você está inconsciente, é o pesadelo de muitos. Para Martin Pistorius, um jovem sul-africano, essa foi a realidade por mais de uma década.
Aos 13 anos, Martin foi acometido por uma doença neurológica misteriosa que o deixou incapaz de falar ou se mover.
Para médicos e familiares, ele parecia ter entrado em coma profundo, mas, na verdade, sua mente permanecia desperta.
Aos poucos, ele começou a perceber sua situação, sem conseguir fazer qualquer gesto ou emitir palavras.
Martin descreve seu despertar gradual: “Minha consciência retornou lentamente. Demorou para compreender que estava preso dentro de mim mesmo”, contou ao All in the Mind.
Hoje, embora tenha recuperado a mobilidade, ele nunca voltou a falar, comunicando-se por meio de um sistema assistido por computador.
Apesar das limitações físicas, Martin construiu uma vida plena. É casado, administra um negócio em Essex, no Reino Unido, e compartilha sua história inspiradora no livro Ghost Boy: My Escape from a Life Locked Inside My Own Body, publicado pela Simon & Schuster.
Na infância, Martin era um garoto ativo, mas a doença que surgiu aos 12 anos rapidamente o transformou em um paciente que os médicos consideravam “vegetal”.
Seus pais, Rodney e Joan Pistorius, receberam a orientação de apenas mantê-lo confortável. Ainda assim, Martin resistiu. “Ele simplesmente persistia”, lembra a mãe.
Após cerca de dois anos, ele começou a recuperar a consciência e percebeu tudo ao seu redor, enquanto continuava sem reação física.
Rodney descreve o cuidado diário com o filho: acordava cedo para prepará-lo para o centro de tratamento, cuidava dele, alimentava-o e monitorava sua pele para evitar assaduras.
Martin recorda que, em um momento de desespero, sua mãe disse: “Espero que você morra”, acreditando que ele não podia escutá-la. Mas ele ouviu.
Aos poucos, aprendeu a compreender o sofrimento dela e percebeu que todos viam apenas uma sombra da criança saudável que fora.
Durante anos, Martin sentiu-se invisível, “o garoto fantasma”. Com o tempo, seu corpo começou a reagir à mente, e ele encontrou formas de se comunicar por computador.
Em 2008, conheceu Joanna, mudou-se para o Reino Unido e, em 2010, abriu seu próprio negócio. Hoje, aos 39 anos, leva uma vida plenamente funcional.
Casos como o de Martin não são isolados. Pessoas diagnosticadas com “estado vegetativo” ou “morte cerebral” já relataram estar conscientes enquanto médicos e familiares tomavam decisões sobre seus cuidados.
Um exemplo é Zach Dunlap, que sobreviveu a uma cirurgia de doação de órgãos graças a uma reação inesperada que revelou sua consciência.
Histórias como essas têm alimentado um debate crescente sobre a precisão de diagnósticos de “estado vegetativo” e “morte cerebral”, mostrando que a mente humana pode permanecer desperta mesmo quando o corpo parece inerte.
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Fonte: curapelanatureza