PolĂ­tica

Gabriela Moraes: O impacto do poder na liberdade de expressĂŁo

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A palavra, em sua essĂȘncia, carrega o peso dos sĂ©culos. Desde os primeiros rabiscos nas cavernas atĂ© as mais modernas plataformas digitais, a expressĂŁo humana foi veĂ­culo de revoluçÔes, reformas e resistĂȘncia. Contudo, quando o poder decide suprimir a palavra, a histĂłria tem nos mostrado que o silĂȘncio imposto reverbera como um grito de socorro. No Brasil atual, vivemos tempos sombrios, nos quais a censura ganha novos contornos, e o verbo, outrora livre, Ă© aprisionado pelo martelo que deveria defender a liberdade.

Nesse sentido, assistimos com inquietação aos movimentos recentes dos ministros do , que, em nome de um suposto equilĂ­brio social, interferem nas vozes que ousam questionar o statu quo. Entre decisĂ”es controversas e ordens judiciais que limitam a circulação de informaçÔes e opiniĂ”es, surge uma reflexĂŁo necessĂĄria: a quem serve o silĂȘncio?

Em paĂ­ses onde o silĂȘncio Ă© a regra, o passado e o presente se entrelaçam em histĂłrias de dor. Na , a Grande Muralha digital separa seus cidadĂŁos de um mundo de pluralidade de ideias. Na RĂșssia, crĂ­ticas ao governo sĂŁo tratadas como atos de traição. Em Cuba, jornalistas independentes sĂŁo perseguidos, e, na Coreia do Norte, o simples ato de pensar diferente Ă© uma sentença de morte. Em todos esses lugares, o silĂȘncio Ă© a maior prisĂŁo.

Nosso paĂ­s, que jĂĄ sofreu com o peso da censura durante os anos de ditadura, volta a flertar com a supressĂŁo da . A censura, seja ela imposta por governos autoritĂĄrios ou por instituiçÔes democrĂĄticas que extrapolam seus limites, sempre carrega o mesmo resultado: sufocar o debate, a criatividade e, principalmente, a verdade. É como apagar as estrelas para negar a existĂȘncia da noite.

É necessĂĄrio lembrar que a liberdade de expressĂŁo Ă© a primeira linha de defesa de uma sociedade justa e prĂłspera. Quando se cerceia o direito ao desacordo, coloca-se em xeque o prĂłprio fundamento de uma democracia saudĂĄvel. O argumento de que certas palavras sĂŁo perigosas ou incitam Ăłdio Ă© uma armadilha. Hoje, censura-se uma ideia; amanhĂŁ, censura-se toda uma geração.

O Brasil, com sua diversidade e complexidade, nĂŁo pode se permitir calar diante das investidas contra a liberdade. Precisamos aprender com as liçÔes dos paĂ­ses que, sob a bandeira de regimes totalitĂĄrios, sufocaram suas prĂłprias vozes atĂ© que o silĂȘncio se tornasse ensurdecedor. O poder, quando nĂŁo contestado, tem a tendĂȘncia de esquecer sua verdadeira função: servir ao povo, e nĂŁo o controlar. 

Que a liberdade seja sempre nossa estrela-guia, e que nunca nos esqueçamos de que o silĂȘncio imposto Ă© o maior inimigo da verdade. Afinal, como jĂĄ dizia a poeta CecĂ­lia Meireles: “Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que nĂŁo hĂĄ ninguĂ©m que explique, e ninguĂ©m que nĂŁo entenda”.

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Gabriela Moraes: O Impacto Do Poder Na Liberdade De ExpressĂŁo 2

Fonte: revistaoeste

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