O senador Sergio Moro (UniĂŁo-PR) subiu o tom nas crĂticas ao governo Lula ao acusar a atual gestĂŁo de âomissĂŁoâ diante do escĂąndalo de fraudes bilionĂĄrias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As declaraçÔes foram dadas em entrevista a nesta quinta-feira, 15, durante oitiva do ministro da PrevidĂȘncia Social, Wolney Queiroz.
Segundo o parlamentar, Wolney Queiroz teria agido âtardiamenteâ e de forma âincompletaâ, para tentar âacobertarâ o esquema de fraude. Na audiĂȘncia, Sergio Moro chegou a se desentender com o ministro de Lula, ao indagĂĄ-lo sobre as atitudes tomadas diante das primeiras denĂșncias.
âEle tinha responsabilidade, mas se omitiuâ, declarou. âO esquema sĂł foi interrompido dois anos depois das primeiras denĂșncias de fraudes dos aposentados e pensionistas. Ademais, o governo deixa de fora e nĂŁo revela os indĂcios de pagamento de suborno que ocorreram durante o governo Lula a altos funcionĂĄrios do INSS.â

O senador destacou que os indĂcios de irregularidades sĂŁo anteriores Ă atual gestĂŁo, mas que foi durante o governo Lula que o esquema cresceu em larga escala.Â
âAs fraudes começaram antes e foram detectadas depois, quando houve o grande volume de descontosâ, afirmou. âForam R$ 700 milhĂ”es em 2022, depois subiram para R$ 1,1 bilhĂŁo. Depois foi para R$ 2,8 bilhĂ”es de reais em 2024. EntĂŁo houve essa escalada que levou a essa percepção.â
Durante a audiĂȘncia pĂșblica, Wolney Queiroz chegou a se desentender com Sergio Moro. O ministro de Lula se irritou ao ser indagado sobre o que tinha feito para âcoibir essas fraudesâ do INSS.
Ainda em entrevista a , o parlamentar criticou Wolney: âO ministro diz que tomou providĂȘncia, tomou providĂȘncia, nĂŁo tem nenhum presoâ. âAcho que tem medo pessoal de que alguĂ©m preso pudesse fazer alguma espĂ©cie de delação premiada, porque a reação ali Ă© muito frouxaâ, afirmou.
O senador tambĂ©m rebateu declaraçÔes de integrantes do governo que tentaram atribuir parte da responsabilidade Ă gestĂŁo anterior. Segundo Sergio Moro, trata-se de uma manobra para desviar o foco. âUma tentativa de diversionismoâ, argumentou.
âEle estĂĄ em uma reuniĂŁo, ele Ă© secretĂĄrio-executivo do MinistĂ©rio da PresidĂȘnciaâ, prosseguiu. âOlha, ele Ă© o segundo em comando do MinistĂ©rio, ao qual estĂĄ vinculado o INSS. VocĂȘ tem lĂĄ uma conselheira que faz uma denuncia grave e nĂŁo faz nada. O que ele era? Uma samambaia dentro do MinistĂ©rio da PrevidĂȘncia? Ele tinha responsabilidade, se omitiu.â
O senador tambĂ©m defendeu a instalação da ComissĂŁo Parlamentar Mista de InquĂ©rito para investigar o caso: âClaro que tem que ter CPMIâ. âAgora, o que nĂŁo pode ser Ă© essa reação frouxa do governoâ, criticou.
âSe nĂłs nĂŁo tivermos a CPMI, nĂłs vamos ter essas medidas incompletas do governoâ, analisou. âNinguĂ©m estĂĄ preso. O dinheiro⊠Talvez seja devolvido para os segurados, mas colocando um grande ĂŽnus em cima deles. EntĂŁo nĂłs temos que tomar medidas completas.â
Fonte: revistaoeste