O papa Francisco enfrenta há mais de 20 dias, na Policlínica Gemelli, em Roma, uma condição crítica de saúde causada por uma pneumonia. O quadro tem levado a debates no sobre os próximos passos para o futuro da Igreja Católica.
Francisco oscila entre momentos de melhora e piora desde a sua internação, em 14 de fevereiro. O pontífice sofreu dois episódios de insuficiência respiratória na segunda-feira 3, mas, desde então, tem se mantido estável.
Agradeço de todo coração as orações pela minha saúde. Que Deus os abençoe e que a Virgem os proteja. Obrigado.
— Papa Francisco (@Pontifex_pt) March 7, 2025
Segundo Filipe Domingues, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, o papa, neste momento, toma decisões básicas no hospital com o auxílio de seus assessores.
“Quando eles falam nos boletins que o papa ‘realizou atividades de trabalho’, é um pouco isso: ele estava ali sentado, lendo algumas coisas, aprovando alguns documentos”, disse Filipe à rádio . “Ele tem secretários que estão lá e fazem esse trânsito de documentos.”
O docente explica que, enquanto Francisco estiver consciente, “o que não depende dele avança, e o que depende fica parado até a normalização da situação”.
A informou, em boletim médico publicado nesta sexta-feira, 7, que o pontífice “teve uma noite tranquila e acordou pouco depois das 8 horas”.
Francisco alterna entre ventilação mecânica à noite e oxigenação de alto fluxo durante o dia. Hoje, ele se dedicou a algumas atividades de trabalho e, antes do almoço, recebeu a Eucaristia.
Em entrevista ao jornal espanhol ABC, em 2022, Francisco disse que assinou, em 2013, um documento de renúncia. O texto apenas seria oficializado em circunstâncias em que uma doença grave o incapacitasse.
Na ocasião, ele destacou que a elaboração desse tipo de material é comum. Ele menciona que alguns de seus predecessores, como os papas Paulo VI e Pio XII, também formularam documentos semelhantes.
O último papa a oficializar uma renúncia foi Bento XVI, que, em fevereiro de 2013, optou por exercer o pontificado de forma emérita. Ele foi o primeiro a abdicar do trono nos últimos 600 anos de catolicismo. Apesar do exemplo de seu antecessor, Francisco ainda não apresenta sinais de uma possível renúncia.
Fonte: revistaoeste