Empresários, diplomatas e representantes governamentais do Brasil e da Índia reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir novas parcerias comerciais, em evento paralelo à Cúpula do Brics. O Fórum Econômico Brasil–Índia ocorreu durante a visita oficial do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao país.
Realizado no Museu do Amanhã, o evento não contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que antecipou sua viagem a Brasília para receber Modi no Palácio do Planalto. Durante o fórum, foram identificadas 385 oportunidades para exportações brasileiras ao mercado indiano, incluindo combustíveis minerais, máquinas, produtos químicos e óleos vegetais e animais.
Organizado pela ApexBrasil em parceria com os ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores, além de entidades como a CNI, a Câmara de Comércio Índia–Brasil e a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria da Índia, o encontro reforçou o potencial de crescimento comercial entre os dois países.
Na abertura, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou o Brasil como destino relevante de investimentos estrangeiros e enfatizou a oportunidade única para ampliar o comércio bilateral, que hoje soma cerca de R$ 12 bilhões.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou a complementaridade entre as economias, mencionando projetos conjuntos em etanol e combustível sustentável de aviação. Durante o evento, CNI e a Federação Indiana anunciaram a criação do Conselho Empresarial Brasil–Índia, para facilitar o diálogo e propor melhorias no ambiente de negócios.
Márcio Elias Rosa, do Mdic, defendeu um novo modelo de desenvolvimento com foco em economia verde, digital e inclusão social, enquanto Laudemar Aguiar, do Itamaraty, enfatizou o multilateralismo e a construção de uma ordem internacional mais justa e sustentável.
Apesar do potencial, a Índia foi apenas o 13º destino das exportações brasileiras em 2024 e a 6ª origem das importações. O principal produto exportado foi o açúcar, mesmo enfrentando tarifa de 100%, enquanto as importações se concentraram em medicamentos e compostos químicos. Em investimentos diretos, a Índia aplicou cerca de US$ 2,93 bilhões no Brasil em 2023, ocupando o 28º lugar entre os investidores estrangeiros.
Fonte: cenariomt