Economia

Fornecedores de carne brasileiros interrompem fornecimento para o Carrefour

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FrigorĂ­ficos brasileiros pararam de fornecer carnes ao Grupo Carrefour Brasil depois da decisĂŁo da empresa francesa de nĂŁo vender mais o produto do . A interrupção no fornecimento jĂĄ atinge 150 lojas da rede no Brasil e a estimativa do mercado Ă© de que haja desabastecimento total dos supermercados do grupo em atĂ© trĂȘs dias, jĂĄ que se trata de mercadoria resfriada e/ou congelada.

De acordo com fontes do Grupo Carrefour ouvidas pelo O Estado de S.Paulo, cerca de 50 caminhĂ”es carregados com carne destinados Ă s redes do grupo — que incluem Carrefour, AtacadĂŁo e Sam’s Club — tiveram suas entregas suspensas atĂ© o começo da tarde do sĂĄbado 23. Fontes da indĂșstria relataram Ă  reportagem que entre 30% e 40% das gĂŽndolas das lojas do grupo jĂĄ apresentam falta do produto.

Entre os frigoríficos que suspenderam o fornecimento ao Grupo Carrefour estão JBS, Marfrig e Masterboi. A Friboi, marca de carnes bovinas da JBS, é responsåvel por 80% do volume de carne fornecido ao grupo de origem francesa, enquanto no Atacadão essa participação chega a 100%.

A suspensĂŁo no fornecimento acontece em resposta Ă  declaração do presidente global do Grupo Carrefour, Alexandre Bompard, que anunciou nesta semana que a empresa deixarĂĄ de comprar carnes do Mercosul na . Segundo Bompard, a decisĂŁo foi motivada pelo “desĂąnimo e a raiva” manifestados pelos agricultores franceses, que se opĂ”em ao acordo de livre-comĂ©rcio entre a UniĂŁo Europeia e o Mercosul.

Dados do site especializado Farmnews mostram que, entre janeiro e outubro deste ano, a França importou menos de 40 toneladas de carne bovina in natura do Brasil. Esse volume representa apenas 0,002% das 1,41 milhão de toneladas exportadas pelo país no período.

Apesar do volume pouco significativo de carne bovina exportado à França, o Brasil teme os possíveis impactos na imagem do produto. A preocupação estå no efeito que a iniciativa pode ter e incentivar medidas semelhantes em outros países europeus, o que afetaria negativamente os produtores brasileiros.

Governo apoia boicote ao Carrefour

O governo brasileiro apoiou a decisão de suspender o fornecimento de carnes ao Carrefour no Brasil. O ministro da Agricultura, Carlos Fåvaro, afirmou não ter solicitado formalmente a interrupção, mas revelou ter elogiado a postura do setor diante da situação.

“Aqui nĂŁo Ă© colĂŽnia francesa”, criticou o ministro. “As indĂșstrias daqui tomaram a atitude bonita de nĂŁo fornecer, porque se eu nĂŁo posso fornecer para lĂĄ, nĂŁo forneço para cĂĄ tambĂ©m. Eles tĂȘm o apoio do governo, do MinistĂ©rio da Agricultura.” Diante da interrupção de fornecimento ao Carrefour, a diretoria do grupo teria pedido ao presidente da Friboi, Renato Costa, a retomada das entregas.

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Carlos FĂĄvaro, ministro de Agricultura e PecuĂĄria | Foto: Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a retomada do fornecimento de carne ao Carrefour foi condicionada por FĂĄvaro a uma retratação pĂșblica do grupo em Ăąmbito global. A principal insatisfação da indĂșstria brasileira estĂĄ relacionada nĂŁo apenas ao boicote, mas tambĂ©m Ă s declaraçÔes que colocaram em dĂșvida a qualidade e a sanidade da carne produzida no Brasil.

Em carta, seis entidades do agronegĂłcio defenderam que o setor de proteĂ­nas pare de fornecer carnes ao Carrefour e demais marcas do grupo no Brasil. Para elas, se o grupo Carrefour entende que o Mercosul nĂŁo Ă© fornecedor Ă  altura do mercado francĂȘs, “nĂŁo serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro paĂ­s”.

Fonte: revistaoeste

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