O senador FlĂĄvio Bolsonaro (PL-RJ) afirma que sua presidĂȘncia Ă frente da ComissĂŁo de Segurança PĂșblica vai ser focada no âendurecimento da lei penalâ no paĂs. AlĂ©m disso, o parlamentar, que Ă© o filho mais velho do ex-presidente Jari Bolsonaro, sinaliza que buscarĂĄ mais espaço na ComissĂŁo Mista de Orçamento para garantir mais ârecursosâ para a segurança pĂșblica nacional.
Em entrevista exclusiva a , FlĂĄvio Bolsonaro tambĂ©m elencou, como prioridades em sua gestĂŁo, a discussĂŁo sobre uma reinterpretação sobre a reincidĂȘncia criminal, bem como aumentar as penas para furtos e roubos de celulares.Â
O parlamentar ainda destaca que o colegiado serå importante para a discussão da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 635, também conhecida como ADPF das Favelas. O julgamento deve ser retomado nesta semana pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre as pautas que jĂĄ analisamos, aprovamos um projeto que cria um novo tipo penal, com pena de 12 a 30 anos, alĂ©m de outras sançÔes para crimes que a facçÔes criminosas estejam cometendo, como porte ilegal de armas, trĂĄfico de drogas ou exploração de serviços pĂșblicos, extorquindo a população. NĂłs aumentamos a punição para crimes contra motoristas de aplicativo e de ĂŽnibus, extorsĂŁo, furto e roubo. Aumentamos a penalidade para esse tipo de crime contra esses trabalhadores. O papel da comissĂŁo Ă©, alĂ©m de fazer avançar projetos que reforcem o endurecimento da lei penal, atuar na questĂŁo da ADPF das Favelas, que representa um precedente ruim para o Brasil inteiro e precisa ser arquivada definitivamente.
Criamos um aumento de pena para homicĂdios cometidos por integrantes de organizaçÔes criminosas. Ou seja, se uma organização criminosa pratica diversos crimes e um de seus integrantes comete um homicĂdio, a pena serĂĄ ainda maior do que a atual para homicĂdio.
A ideia Ă© tambĂ©m buscar, com mais legitimidade, espaço na ComissĂŁo Mista de Orçamento, para que mais recursos sejam destinados Ă segurança pĂșblica de todos os Estados.
Criamos o Instituto da Habitualidade Criminosa. Hoje, para alguĂ©m ser considerado reincidente, precisa ter uma sentença transitada em julgado. SĂł entĂŁo, se cometer outro crime, serĂĄ reincidente. SĂł que, dessa forma, uma pessoa pode roubar 300 celulares e, se nenhum dos processos tiver sido concluĂdo, ela nunca serĂĄ considerada reincidente, mas serĂĄ um criminoso habitual. Com essa mudança, o juiz poderĂĄ dizer: âVocĂȘ nĂŁo Ă© reincidente, mas comete esse crime com frequĂȘncia, entĂŁo vocĂȘ vai responder presoâ. Ou seja, serĂĄ menos um criminoso nas ruas roubando celular.

Eu analiso isso com muito receio, porque vejo que o cara [Lewandowski] nĂŁo tem a menor noção de onde estĂĄ pisando, da pasta que estĂĄ comandando. Quer dizer, a resposta do governo Lula para diminuir a criminalidade no Brasil Ă© enviar uma Proposta de Emenda Constitucional para o Congresso? Pelo amor de Deus, o caminho estĂĄ errado. Ou entĂŁo, aquele outro projeto que fizeram sobre pena justa, que trata de desencarceramento. Estamos ferrados com esse governo na segurança pĂșblica. Mais uma vez, fica clara a importĂąncia do Congresso Nacional, por meio da atividade legislativa, de agir com celeridade para que algo de concreto seja percebido pela população, que nĂŁo aguenta mais ser assaltada na rua.

A gente jĂĄ tem Ăndices altĂssimos de furtos, roubos, latrocĂnios. O que a gente pode esperar de um governo que propĂ”e uma questĂŁo de pena justa? Temos a ADPF das Favelas e agora essa PEC da Segurança PĂșblica, que sugere interferĂȘncia do Executivo nos Estados. Eu torceria para que ele [Lula], pelo menos, nĂŁo atrapalhasse ainda mais os nossos policiais. Torceria para que o governo nĂŁo afundasse ainda mais o Brasil na criminalidade. Mas eu sei que essa Ă© uma torcida inĂștil, porque o governo Lula pensa assim mesmo. Ele pensa nos direitos dos bandidos o tempo inteiro, nĂŁo nos direitos das vĂtimas. A boa notĂcia que eu posso dar Ă© que, pelo menos aqui no Congresso Nacional, esse tipo de discurso nĂŁo encontra eco.
Fonte: revistaoeste