Moretti argumentou que assumiu a prefeitura com um alto valor de “restos a pagar” da gestão do ex-prefeito Kalil Baracat (MDB), o que seria a razão para a dificuldade na cobertura das despesas permanentes. “Nós fizemos um pedido extra de R$ 20 milhões [ao MS], porque eu tive que arcar com os restos a pagar de 2024 para continuar gerindo a saúde pública, não tinha jeito. Porém, de lá para cá não veio emendas para custeio, somente pontuais dos deputados para investimento ou determinada ação, como cadeiras odontológicas e reforma de UBSs”, afirmou a prefeita à imprensa nesta sexta-feira (1).
Segundo a prefeita, somente a folha de pagamento da saúde consome cerca de R$ 18 milhões mensais, valor necessário para a formação e manutenção das equipes homologadas junto ao Ministério da Saúde. Caso essas equipes não estejam devidamente constituídas, o município corre o risco de perder repasses futuros relacionados ao teto da Média e Alta Complexidade (MAC).
Apesar das dificuldades, a gestora não quis reforçar as críticas feitas pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Wanderley Cerqueira (MDB), que alegou que os deputados federais do PL, correligionários de Flávia, não têm se esforçado para angariar recursos junto ao Governo Federal e têm ainda deixado o município de lado.
Como boa liberal bolsonarista, a prefeita preferiu atribuir a responsabilidade à gestão do presidente Lula (PT). “Eu não vou concordar com esse discurso [do Wanderley] porque quem controla a destinação das emendas, seja do PL ou qualquer partido, é o governo federal. Mas já pedi esse esforço aos parlamentares para liberar esse recurso para Várzea Grande, e até agora não chegou”, declarou.
Ela reconheceu que o município recebeu recursos pontuais, como os enviados pelo deputado federal Coronel Assis para a construção da nova rodoviária. No entanto, reforçou que investimentos pontuais não resolvem o problema estrutural da saúde pública municipal. “Em Várzea Grande, nós precisamos de recursos para manter a máquina girando, que é o custeio.”
A gestão municipal segue aguardando um posicionamento do Ministério da Saúde sobre a liberação do pedido extraordinário de R$ 20 milhões, feito para tentar conter a crise e garantir a continuidade dos serviços oferecidos à população.
— Leiagora Portal de Notícias (@leiagorabr) August 1, 2025
Fonte: leiagora