Várzea Grande

Flávia critica postura machista após declarações de vice e ataque de vereador: ‘Nenhuma mulher deve se moldar para agradar homens’

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A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), publicou um artigo em que aborda violência de gênero e violência política de gênero, afirmando que mulheres não podem ter sua atuação pública por ataques pessoais ou tentativas de silenciamento.

O texto foi divulgado em meio ao episódio envolvendo o vereador Samir Japonês (PL), afastado preventivamente do partido após ser acusado pela prefeita de praticar violência política de gênero e da declaração polêmica de seu vice, Tião da Zaeli (PL), que declarou que “se a mulher não tem estrutura emocional e capacidade de ir para o debate, não deve mexer com política”.
No artigo, Flávia afirma que a violência política “tenta reduzir a mulher ao silêncio, à baixa autoestima e à renúncia” e defende que mulheres devem ocupar espaços públicos por “mérito, vocação, talento e liberdade”.
“Nenhuma mulher deve submeter-se à vontade alheia ou ajustar sua presença conforme o entendimento de homens que insistem em limitar seu espaço. Toda mulher tem o direito de estar onde quiser, construindo sua trajetória por mérito, vocação, talento e liberdade”, ressaltou.
A prefeita também ressalta a responsabilidade das mulheres que exercem funções públicas diante desse tipo de situação. Segundo ela, posturas, falas e omissões que configurem violência contra mulheres exigem reação institucional.
“Lideranças femininas devem garantir segurança e fortalecer a confiança de outras mulheres, meninas e jovens para que também ocupem seus lugares”, escreveu.
Flávia citou ainda que agressões políticas contra mulheres não atingem apenas quem sofre diretamente, mas afetam o funcionamento democrático. Para ela, denúncias são necessárias para romper ciclos de violência e reafirmar que o respeito às mulheres no ambiente político é obrigação do Estado.
“A postura firme diante da violência não é um gesto isolado, mas um compromisso contínuo com a construção de uma sociedade justa, onde a integridade feminina jamais seja negociada. Eu defendo que a política deve ser espaço de igualdade, e que a proteção às mulheres em ambientes institucionais é dever permanente do Estado. A dignidade não admite barganhas; exige consequências proporcionais para quem ultrapassa limites. Quando uma mulher é atacada, todas sentem”, disse.
A publicação ocorre após a direção estadual do PL afastar preventivamente o vereador Samir Japonês. O presidente do partido, Ananias Filho, afirmou que a medida busca apurar a conduta do parlamentar depois que ele chamou a prefeita de “mentirosa” durante sessão na Câmara.
O episódio ganhou repercussão nacional após Flávia relatar o caso à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que se solidarizou e disse acompanhar o caso.
Já a declaração de Tião, que também ganhou virou tema de discussão e repúdio, ocorreu na última semana que na ocasião afirmou também “não ver violência política de gênero”, mesmo diante de uma série de episódios recentes de ataques e ofensas contra lideranças femininas, como a prefeita.
Ele justificou seu posicionamento dizendo que a política é um “palco muito disputado” e que “até homens sofrem com as pressões do ambiente”, afirmando que a prefeita Flávia Moretti tem enfrentado dificuldades, mas que isso não configuraria violência política de gênero.

 

Fonte: Olhar Direto

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