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Fintechs são investigadas pelo MPF por lavagem de dinheiro: entenda o caso

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Os donos das fintechs 2 Go Bank e InvBank foram apontados como líderes de uma organização criminosa ligada ao . A denúncia é dos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com o MPF, os empresários também são acusados de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro. As empresas, que movimentaram R$ 6 bilhões em operações ilegais, foram alvo da Operação Hydra, desencadeada em fevereiro, com apoio da .

Cyllas Salerno Elias Júnior, do 2 Go Bank, e os sócios Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique Antunes da Palma, do InvBank, foram denunciados durante delação feita pelo empresário Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC.

A revelação, que deu um novo rumo às investigações do MPF, veio à tona antes de Gritzbach ser morto em um atentado, em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos.

Além disso, câmeras de segurança capturaram um Volkswagen Gol preto, que circulava na área de embarque antes de estacionar atrás de um ônibus da Guarda Civil Metropolitana (GCM), para aguardar a presença do delator do PCC | Foto: Reprodução/Redes sociais
Cyllas Salerno Elias Júnior, do 2 Go Bank, e os sócios Carlos Alexandre Ballotin e Marcelo Henrique Antunes da Palma, do InvBank, foram denunciados durante delação feita pelo empresário Antônio Vinícius Gritzbach, delator do PCC | Foto: Reprodução/Redes sociais

Os promotores pedem que os três empresários sejam condenados a pagar uma multa de R$ 100 milhões, referente a danos morais e sociais. O valor leva em conta a soma dos atos de lavagem de dinheiro investigados.

“Nas duas fintechs que constituem objeto da presente denúncia, cujas transações se qualificam como atos de lavagem de capitais, verificam-se as tipologias acima apontadas e a recorrência de desconformidade em relação ao marco regulatório”, afirmou a denúncia do MPF. “No caso da 2 Go Bank e da InvBank, a manobra tinha o objetivo de ocultar os reais interessados pelas aquisições, integrantes da alta hierarquia do PCC, notadamente Santa Fausta e Maeda.”

A 2 Go Bank teria se especializado na aquisição e na distribuição de USDT — uma criptomoeda que replica o valor do dólar. Em troca, a fintech recebia pagamentos em reais de empresas de fachada. Essas empresas, por sua vez, transferiam e recebiam dinheiro de “pessoas relacionadas a crimes diversos”.

De acordo com a PF, o dinheiro era movimentado no Brasil, Estados Unidos, Paraguai, Peru, Holanda, Argentina, Bolívia, Canadá, Panamá, Colômbia, Inglaterra, Itália, Turquia, Dubai. A maior parte do dinheiro, porém, tinha Hong Kong e China como destinos.

Entre os principais parceiros do 2 Go Bank estava a empresa de Matie Oban, no radar das autoridades por envolvimento em lavagem de dinheiro e financiamento do tráfico de drogas.

Oban também é sócia da 4 TBank, outra fintech alvo da Operação Decurio, em 2024, conduzida pela Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes. A 4 TBank é suspeita de movimentar cerca de R$ 8 bilhões.

As investigações revelaram também a ligação direta da InvBank com lavagem de dinheiro para o PCC.

Por meio de de transações realizadas com a Crédito Urbano, valores foram transferidos para a MVE Administração de Bens e Participações Ltda. Trata-se de uma empresa sob o controle de Ademir Pereira de Andrade, que seria um dos principais operadores financeiros da facção.

Andrade foi alvo da Operação Tácitus, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2024, que apura sua conexão com uma rede de corrupção policial comandada pela cúpula do PCC.

Fonte: revistaoeste

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