A capital mato-grossense recebe entre 14 e 20 de julho a 20ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (Cinemato), consolidado desde 1993 como vitrine do cinema nacional. Neste ano, o tema Decolonizando a Amazônia propõe uma reflexão crítica sobre as imagens construídas da região, homenageando o pioneiro Silvino Santos, cujo filme Amazonas, o maior rio do mundo abre a mostra.
Serão exibidos 21 filmes na disputa pelo Troféu Coxiponé — seis longas e 15 curtas nacionais — selecionados por critérios como diversidade estética, protagonismo de grupos historicamente invisibilizados e conexão com o tema amazônico decolonial. Os longas incluem Mawé, sobre o choque cultural vivido por uma jovem indígena, e Pedra Vermelha, que denuncia impactos de megaprojetos no Sul do país, além de obras como Kopenawa: Sonhar a Terra-Floresta, O Silêncio das Ostras, Concerto de Quintal e Serra das Almas.
Segundo o diretor Luis Borges, o festival amplia o debate ao questionar olhares eurocêntricos e abre espaço para filmes que não encontram distribuição comercial. Além das exibições, o Cinemato fomenta a produção local com oficinas de capacitação, essenciais para formar profissionais no estado.
Ao todo, mais de 60 filmes de 19 estados brasileiros compõem a programação, abordando temas como meio ambiente, democracia e justiça social. A cerimônia de encerramento, em 20 de julho, terá a atriz Dira Paes entregando o Prêmio que leva seu nome, destinado a mulheres de destaque no audiovisual e em causas socioambientais. Para ela, o festival celebra a potência do bioma amazônico e reforça a importância de discutir questões universais como clima, democracia e direitos humanos no cinema nacional.
Fonte: cenariomt
