O Ministério da Fazenda projeta que as medidas adotadas pelo governo brasileiro devem reduzir pela metade o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre a economia nacional, segundo o boletim Macrofiscal divulgado nesta quinta-feira (11) pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
De acordo com o relatório, as tarifas podem causar retração de 0,2 ponto percentual (p.p.) no Produto Interno Bruto (PIB). Com a resposta do governo, esse impacto cai para 0,1 p.p.
A análise, que considera 22 setores, aponta que a perda de empregos sem medidas de mitigação seria de cerca de 138 mil postos, afetando principalmente a indústria (71,5 mil), serviços (51,8 mil) e agropecuária (14,7 mil). Com a intervenção governamental, a redução cai para 65 mil vagas.
No campo da inflação, a projeção de impacto é de 0,1 p.p. A estimativa do IPCA para 2025 foi revisada de 4,9% para 4,8%.
As projeções consideram uma tarifa de 50% sobre exportações brasileiras, comparada ao cenário de referência de 10%, sem incorporar choques de confiança, maior volatilidade financeira ou dificuldades no crédito.
Plano Brasil Soberano
Entre as medidas de contenção, o Plano Brasil Soberano prevê postergação de tributos, manutenção de empregos e compras públicas. O programa também disponibiliza crédito via Fundo Garantidor de Exportação, voltado a micro, pequenas e médias empresas, além de exportadores em geral.
Essas linhas de crédito oferecem capital de giro para compensar perdas com exportações ao mercado norte-americano, fomentar novos destinos comerciais e financiar investimentos produtivos, desde que acompanhados da preservação de postos de trabalho.
“Embora as tarifas tenham impacto setorial relevante, elas pouco afetam o agregado da economia, e ainda menos quando consideradas as medidas compensatórias do Plano Brasil Soberano”, destaca o estudo da SPE.
O tarifaço dos EUA
Em julho de 2025, os Estados Unidos anunciaram uma tarifa adicional de 40% sobre determinados produtos brasileiros, somando-se aos 10% aplicados em abril. A medida atingiu especialmente minerais não metálicos, máquinas e equipamentos, eletrônicos, móveis e itens agropecuários.
No ano anterior, as exportações brasileiras para os EUA totalizaram US$ 40,3 bilhões, cerca de 12% do total. Desse montante, aproximadamente US$ 16,4 bilhões passaram a ser taxados em 50%, o que expõe setores fortemente dependentes do mercado norte-americano.
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— CenarioMT (@cenariomt) August 14, 2025
Fonte: cenariomt