Empresårios brasileiros atingidos pela nova tarifa dos Estados Unidos aguardam um plano emergencial, que deve chegar ao Palåcio do Planalto ainda nesta quarta-feira, 6. O pacote, preparado pela equipe econÎmica do governo Lula, comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, visa a mitigar os impactos da sobretaxa de 50%, que começou a valer hoje.
O presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva vai decidir quais propostas serĂŁo implementadas. JĂĄ o MinistĂ©rio do Desenvolvimento, IndĂșstria, ComĂ©rcio e Serviços (MDIC) reĂșne informaçÔes detalhadas sobre os prejuĂzos de cada empresa e setor, com ĂȘnfase nos pequenos negĂłcios, que ficam muitas vezes sem alternativas ao mercado norte-americano.
âVamos ter um plano muito detalhado para atender, sobretudo, os pequenos empresĂĄrios, que nĂŁo tĂȘm alternativas aos Estados Unidosâ, afirmou Haddad. O ministro tambĂ©m explicou que deve formalizar a iniciativa por meio de uma medida provisĂłria.
Lula, Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin discutiram o tema em reunião de duas horas, nesta terça-feira, 5, no Planalto. Ela serviu para ajustar os detalhes finais do plano.
Entre as possibilidades analisadas, estĂŁo a criação de linhas de crĂ©dito e açÔes para proteger trabalhadores e compras governamentais de produtos alimentĂcios dos setores mais prejudicados.
Inércia de Lula diante da medida de Trump

Desde o inĂcio do segundo mandato, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, jĂĄ manteve diĂĄlogo com 35 chefes de Estado estrangeiros, seja por telefone, seja em encontros presenciais. Contudo, Luiz InĂĄcio Lula da Silva nĂŁo figura entre os lĂderes contactados. Nesta quarta-feira, 6, passa a valer a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
O republicano conversou ao menos quatro vezes com autoridades do CanadĂĄ, de Israel, RĂșssia, UcrĂąnia, MĂ©xico e Reino Unido. Apenas considerando reuniĂ”es presenciais, Trump reuniu-se com 21 lĂderes, entre eles os presidentes Javier Milei, da Argentina, e Daniel Noboa, do Equador.
O premiĂȘ britĂąnico, Keir Starmer, lidera o ranking de conversas diretas com Trump. Logo atrĂĄs aparecem o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. No total, Trump manteve mais contatos com lĂderes de esquerda e centro-esquerda do que com representantes de direita ou centro-direita, somando 31 encontros e 42 telefonemas, o que representa 58% dos contatos.
Apesar dessa ausĂȘncia de diĂĄlogo direto entre Lula e Trump, ambos nĂŁo deram sinais de interesse em iniciar conversas sobre qualquer tema. As manifestaçÔes positivas entre os dois se restringiram ao protocolo, como a mensagem de congratulaçÔes de Lula pela posse de Trump.
Fonte: revistaoeste