Entre os dias 15 e 18 de julho, Brasília recebe a exposição “Cinzas da Floresta – Bioma Pantanal: um chamado para a conservação das áreas úmidas à luz da COP30”, no Espaço Cultural Senador Ivandro Cunha Lima, no Congresso Nacional.
A mostra reúne mais de 30 obras criadas com pigmentos à base de cinzas coletadas em áreas destruídas pelos incêndios no Pantanal entre 2020 e 2024.
A abertura oficial ocorre no dia 15 com visita guiada gratuita, e a proposta da mostra é clara: denunciar, sensibilizar e inspirar ação parlamentar para proteger o bioma.
Criado pelo “artivista” Mundano, o projeto nasceu em 2021 após as queimadas catastróficas de 2020, que consumiram 2,3 milhões de hectares do Pantanal e causaram a morte estimada de 17 milhões de animais vertebrados, segundo estudo publicado na revista Nature.
O projeto percorreu os locais afetados pelas chamas para coletar cinzas e transformá-las em tinta usada nas obras.
A iniciativa conta com o apoio de artistas urbanos de várias regiões do Brasil, como Mari Pavanelli, Carina Mello, Benson, Berg e Nels Armour, que levam a estética da arte de rua para dentro do Congresso.
Um chamado para proteger o Pantanal
A exposição é um chamado político e ambiental. Os idealizadores buscam pressionar o Congresso Nacional pela aprovação de uma legislação específica de proteção ao Pantanal, garantindo mais segurança jurídica ao bioma, que é o maior alagado tropical do mundo e um dos mais ricos em biodiversidade.
A exposição é resultado de uma parceria entre organizações nacionais e internacionais, como:
- Environmental Justice Foundation (EJF)
- Documenta Pantanal
- Instituto SOS Pantanal
- WWF-Brasil
- Wetlands International
- Frente Parlamentar Ambientalista
O projeto também alerta para o papel das áreas úmidas na regulação climática. As turfeiras (regiões que acumulam matéria orgânica ao longo de milênios) armazenam cerca de 39 bilhões de toneladas de carbono — o equivalente a 44 vezes as emissões totais da União Europeia em 2023.
A destruição dessas áreas, como ocorreu em 2020, libera carbono em massa: só naquele ano, as queimadas no Pantanal emitiram 115,6 milhões de toneladas de CO₂, mais do que a Bélgica inteira.
Fonte: primeirapagina