A causa da morte do jovem Matheus Santana Falcão, de 21 anos, não foi intoxicação por metanol, informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde) nesta segunda-feira (6). Exames complementares seguem em andamento para tentar detectar outras substâncias no organismo do rapaz, bem como apontar a causa da morte do jovem, acrescentou a secretaria.
“O Governo do Estado lamenta profundamente a perda e manifesta solidariedade aos familiares, reiterando o compromisso com a apuração rigorosa dos fatos e a adoção de todas as medidas cabíveis para garantir a proteção da saúde pública.”
Governo de MS.
Casos suspeitos no Brasil
Até esta segunda-feira (6), o Ministério da Saúde registrou 271 suspeitas de intoxicação por metanol no Brasil. Desse total, apenas 17 casos foram confirmados. Pelo menos seis casos suspeitos foram registrados em Mato Grosso do Sul, mas nenhum foi confirmado até agora, conforme o Ministério da Saúde.
A morte de Matheus
Matheus morreu na quinta-feira, dia 2, após dar entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário com mal-estar gástrico, náuseas e um episódio de vômito escurecido, após ingestão alcoólica. Ele passou mal depois de consumir uísque no sábado (27) e cachaça no domingo (28).
No dia seguinte, policiais civis, fiscais da Vigilância Sanitária e agentes da SES estiveram na conveniência onde as bebidas foram compradas. Eles recolheram três produtos do mesmo lote para análise.
O dono da loja de conveniência, contudo, afirmou que ficou surpreso com a notícia e disse que tem como comprovar a origem das bebidas que comercializa.
O que é metanol?
O metanol é um tipo de álcool utilizado por falsificadores de bebidas alcoólicas destiladas para baratear os custos, mas que é altamente tóxico para seres humanos.
Os principais sintomas da intoxicação pelo produto são náuseas e vômitos, dor de cabeça, cegueira, coma e até morte, se não tratado a tempo. Após ingerido, é metabolizado no fígado e pode provocar acidose metabólica grave, levando a cegueira irreversível, danos neurológicos e até morte. A dose letal estimada é de apenas 30 a 40ml.
Confira quais são os principais sintomas da intoxicação:
- Alterações visuais: visão turva, dupla ou esbranquiçada, perda de percepção de cores e até cegueira.
- Fase inicial (até 6h após a ingestão): náuseas, vômitos, dor abdominal, sonolência, tontura e dor de cabeça;
- Fase intermediária (12h a 24h): dificuldade para respirar, queda de pressão, convulsões, insuficiência renal e alterações metabólicas graves;
Saiba o que fazer caso passe mal
- procure assistência médica imediata, em pronto atendimento.
- Não induzir vômito.
- Não ingerir água ou leite.
- Manter o paciente sentado ou deitado de lado.
- Essas manobras diminuem o risco de aspiração pulmonar do conteúdo gástrico, já que com frequência esses indivíduos podem evoluir para um estado de sonolência e torpor.
- Guardar amostra da bebida ingerida para confirmação da presença do metanol também se faz útil.
Casos suspeitos devem ser notificados imediatamente, e para qualquer orientação e atendimento, a população pode entrar em contato com o disque-intoxicação da Anvisa:
- E-mail: cvisa@saude.ms.gov.br
- 0800 722 6001
Os profissionais de saúde também devem notificar qualquer caso suspeito imediatamente pelos telefones:
Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campo Grande – CIATox
- Plantão 24h (67) 98179-1369 (ligação, WhatsApp, SMS)
- Telefone: (67) 3386-8655
- Telefone Emergência: 0800-722-6001
- E-mail: civitox@saude.ms.gov.br
Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde – CIEVS
- Plantão 24h (67) 98477-3435 (ligação, WhatsApp)
- Disque-notifica: 0800 647 1650 (expediente)
- e-mail ms@hotmail.com (24h) e cievs@saude.ms.gov.br (expediente)
Coordenação de Emergências em Saúde Pública – CESP
Fonte: primeirapagina