O ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou nesta quarta-feira, 6, que a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês), sob o governo do ex-presidente , usou instituições ligadas ao Partido Democrata para interferir nas eleições brasileiras depois dos resultados de 2018.
Em depoimento à Comissão de Relações Exteriores da Câmara (Credn), Benz acusou organizações como a National Endowment for Democracy (NED), o National Democratic Institute (NDI) e o Atlantic Council de atuarem como instrumentos da agência de inteligência para influenciar o ambiente político no país no pleito de 2022.
“Foi criada uma mentira de que os estariam promovendo a democracia subsidiando grupos pela NED”, disse Benz. “Na verdade, esses grupos foram usados para encobrir ações da CIA”, Segundo Benz, a NED foi criada para mascarar o financiamento de grupos por parte da CIA no exterior.
O deputado Filipe Barros (PL-PR), responsável pela audiência, afirmou que as declarações configuram “um claro atentado à soberania nacional” e defendeu a abertura de uma investigação.
Benz também declarou que o NDI lançou a coalizão “Design 4 Democracy” menos de um mês depois da vitória de na eleição presidencial de 2018. Segundo ele, a iniciativa visava a “encobrir as ações da CIA” e passou a acusar a internet brasileira de ter contribuído para o resultado do pleito.

Ainda de acordo com Benz, o Atlantic Council — entidade financiada por agências do governo norte-americano e composta de ex-diretores da CIA — teria feito parcerias com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022. A organização teria ministrado cursos e orientado a remoção de conteúdos com base em critérios estabelecidos fora do Brasil.
Mike Benz também acusou veículos de checagem de fatos brasileiros de atuarem como “instrumentos de censura” a serviço do governo dos Estados Unidos. Segundo ele, 24 agências que compõem o Projeto Comprova seriam “marionetes americanas”, financiadas por órgãos como o Departamento de Estado dos EUA, a Usaid e a NED.
Entre elas, citou nominalmente a Agência Lupa, o Aos Fatos e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Benz mencionou ainda a Consórcio para Processos Políticos e Eleitorais (CEPPs), organização norte-americana que teria vínculos diretos com essas agências e seria usada para “controlar o processo político de países estrangeiros”. De acordo com ele, quatro dos nove checadores de fatos utilizados pelo TSE têm ligações com esse consórcio.
Mike Benz é diretor-executivo da Foundation for Freedom Online (FFO), organização que denuncia supostas ações coordenadas entre governos, plataformas digitais e instituições privadas para censurar discursos classificados como “desinformação”.
Ele também atuou no governo Donald Trump, no Departamento de Estado, como responsável por temas ligados à liberdade de expressão na internet e combate à censura digital.
Fonte: revistaoeste