Verónica Ojeda, ex-namorada de Diego Maradona, afirmou que o ídolo do futebol argentino foi “sequestrado” meses antes de morrer. Ela depôs nesta terça-feira, 8, no julgamento de sete profissionais de saúde acusados de negligência.
Maradona , por edema pulmonar causado por insuficiência cardíaca, enquanto se recuperava em casa de uma neurocirurgia. O Ministério Público argentino acusa médicos, enfermeiros, um psiquiatra e um psicólogo de homicídio simples com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
A próxima audiência será nesta quinta-feira 10, com o depoimento dos médicos que o atenderam antes da internação.
“Sabia que estavam sequestrando ele, tinha medo de tudo”, relatou Ojeda. “Aliás, toda vez que eu saía, ele me pedia para eu o levasse.” Ela é mãe do filho mais novo do jogador.

Ojeda criticou pessoas do entorno de Maradona e citou dois dos réus: o médico Luciano Luque e a psiquiatra Agustina Cosachov. “Eles mentiram na cara de todos nós, para toda a família”, afirmou.
Ainda de acordo com a ex-namorada de Maradona, os médicos recomendaram a internação em casa com estrutura semelhante à de um hospital, o que não foi cumprido. Outras testemunhas disseram que não havia equipamentos médicos no local.
Ojeda contou que viu Maradona dois dias antes da morte e que ele estava em más condições. “Onde Diego estava, havia cheiro de xixi e cocô”, disse. “Então, naquele dia, eu disse para ele tomar banho e se barbear, porque não era certo ele ficar daquele jeito.”
Também depôs o médico Mario Schiter, que tratou Maradona em Cuba e participou da autópsia. Ele afirmou que o ex-jogador tinha e não seguia o tratamento indicado.
Segundo Schiter, havia muitos riscos na internação domiciliar. A situação, de acordo com ele, exigia equipamentos como desfibrilador e oxigênio.
O julgamento segue até julho. Os réus podem pegar entre oito e 25 anos de prisão.
Fonte: revistaoeste