Mundo

EUA impõem sanções à Petro e família por suposto envolvimento com narcotráfico

2025 word1
Grupo do Whatsapp Cuiabá

O governo dos Estados Unidos sancionou nesta sexta-feira (24) o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, familiares dele e um membro de seu gabinete sob acusação de facilitação do comércio internacional de cocaína e ajuda ao narcotráfico, segundo comunicado do Departamento do Tesouro norte-americano. As medidas, adotadas por meio do Escritório de Controle de Ativos Financeiros (Ofac, na sigla em inglês), incluem a primeira-dama Verónica Alcocer, o filho do presidente, Nicolás Petro, e o ministro do Interior, Armando Benedetti.

De acordo com o Tesouro, as sanções foram impostas com base na Ordem Executiva 14059, que atinge pessoas estrangeiras envolvidas no tráfico internacional de drogas.

“Desde que o presidente Gustavo Petro chegou ao poder, a produção de cocaína na Colômbia explodiu para o nível mais alto em décadas, inundando os Estados Unidos e envenenando os americanos”, afirmou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. Ele acrescentou que o presidente Donald Trump está “tomando medidas fortes para proteger nossa nação e deixar claro que não toleraremos o tráfico de drogas em nosso país”.

O documento aponta que Petro, citado como ex-integrante da guerrilha M-19 e eleito presidente em 2022, teria concedido benefícios a organizações narcoterroristas sob o programa “paz total”, o que resultou em recordes históricos de cultivo de coca e produção de cocaína. Trump já havia dito que a Colômbia “falhou” em cumprir suas obrigações de controle antidrogas.

Na quarta-feira (22), durante conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump também chamou o presidente colombiano de “bandido” e “cara mau”, afirmando que ele “está fabricando muitas drogas” e que a Colômbia “tem fábricas de cocaína”. O presidente americano também confirmou na ocasião a suspensão total da ajuda financeira dos Estados Unidos à Colômbia.

As sanções bloqueiam todos os bens dos alvos em território norte-americano ou sob controle de cidadãos dos EUA. A medida também proíbe qualquer transação financeira com os sancionados. O governo norte-americano advertiu que instituições que mantiverem relações comerciais com os envolvidos podem ser penalizadas civil ou criminalmente.

Em setembro, o Departamento de Estado americano já havia cancelado o visto do presidente colombiano, após ele participar de um protesto pró-Palestina em Nova York no qual “instou os soldados americanos a desobedecerem a ordens e incitarem à violência”.

“Revogaremos o visto de Petro devido às suas ações imprudentes e incendiárias”, informou a chancelaria americana no X.

Petro reagiu pelas redes sociais ao anúncio das sanções. No X, o colombiano citou o senador republicano Bernie Moreno, que havia afirmado nesta semana que Petro e seus familiares seriam alvos de sanções dos Estados Unidos em breve.

“De fato, a ameaça de Bernie Moreno foi cumprida; eu, minha esposa e meus filhos fomos incluídos na lista do Ofac”, disse Petro, que afirmou que recorrerá à Justiça americana.

“Meu advogado de defesa será Dany Kovalik, dos Estados Unidos. Combater o tráfico de drogas por décadas e com eficácia me traz esta medida do governo da sociedade que tanto ajudamos para deter o seu consumo de cocaína [em referência aos EUA]. Um grande paradoxo, mas não recuarei e nunca me ajoelharei”, escreveu.

O caso marca o ponto mais baixo nas relações entre Washington e Bogotá em décadas. Em janeiro, os EUA já haviam ameaçado tarifas sobre produtos colombianos após Petro suspender voos de deportação de imigrantes ilegais.

Fonte: gazetadopovo

Sobre o autor

Avatar de Redação

Redação

Estamos empenhados em estabelecer uma comunidade ativa e solidária que possa impulsionar mudanças positivas na sociedade.