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Estudo revela as chances de impacto de um asteroide: descubra sua probabilidade

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Há cerca de 66 milhões de anos, um asteroide pôs fim à era dos dinossauros e remodelou a vida no planeta. Desde então, essa possibilidade paira sobre a imaginação coletiva, alimentando filmes de catástrofe e teorias apocalípticas. Mas, afinal, será que algo parecido pode acontecer enquanto estamos vivos? E, mais importante, quão provável isso realmente é?

Um estudo liderado pela física Carrie Nugent, do Olin College of Engineering (EUA), e publicado no Planetary Science Journal, trouxe números atualizados e comparou esse risco a outras causas raras de morte.

Os pesquisadores analisaram os chamados NEOs – sigla em inglês para Near-Earth Objects, ou objetos próximos à Terra. Eles incluem asteroides e cometas cuja órbita passa a até 195 milhões de quilômetros de nós (o que, em escala astronômica, é considerado “perto”).

O foco foi nos que têm mais de 140 metros de diâmetro, tamanho suficiente para provocar destruição regional ou até global.

Usando um modelo populacional de NEOs e cálculos precisos de órbitas, a equipe simulou as trajetórias de 5 milhões desses corpos ao longo de 150 anos. Foram identificados três impactos simulados. 

Isso equivale a uma chance anual de 0,009% de que um asteroide desse porte atinja a Terra. Em termos mais simples: um impacto a cada 11 mil anos, em média.

O número por si só parece ínfimo, e fica mais fácil entendê-lo quando comparado a outros riscos. Os autores analisaram dados recentes de causas de morte raras, mas tecnicamente preveníveis. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, há por ano 27 mortes por raio (probabilidade de 0,00034% por ano), cinco mortes por raiva (0,000015%) e cerca de 105 por intoxicação por monóxido de carbono (0,0019%). 

Há ainda fatalidades improváveis como a de quem cava um buraco profundo na areia seca e é soterrado: cerca de três mortes anuais, quase sempre crianças ou adolescentes (0,000001% da população americana por ano).

Alguns eventos são bem mais comuns. Acidentes de carro com ferimentos, apenas no estado de Massachusetts, somam mais de 30 mil por ano e causam 366 mortes (0,0051% ao ano na população local).

A gripe, embora raramente fatal em indivíduos jovens e saudáveis, infecta cerca de 1 bilhão de pessoas por ano no mundo e mata aproximadamente 470 mil (0,0058% da população mundial por ano).

No comparativo, a chance de um asteroide de mais de 140 metros atingir a Terra durante a vida média global de 71 anos é maior do que a de uma pessoa ser atingida por um raio. Num resultado mais óbvio, é mais fácil você morrer em um acidente de carro ou por contrair gripe do que a Terra ser atingida por um asteroide.

A probabilidade acumulada ao longo de uma vida de 71 anos seria de cerca de 0,64% – ou seja, menos de 1% – para que um impacto assim ocorra em qualquer lugar do planeta.

Isso não significa que a vítima seja você: se o objeto cair no oceano ou numa área isolada, provavelmente não causará mortes. Mas se atingir uma cidade, pode afetar até um milhão de pessoas.

Já asteroides com vários quilômetros de diâmetro, embora extremamente raros, teriam potencial para alterar o clima global e provocar extinções em massa.

Em 2022, a missão DART, da NASA, provou ser possível alterar a rota de um asteroide colidindo intencionalmente uma espaçonave contra ele. Para os autores, investir em defesa planetária é como “pagar um seguro contra um desastre global”.

O estudo também lembra que há riscos pouco estudados, como os cometas de longo período, que podem atingir velocidades três vezes maiores que as dos asteroides, e objetos interestelares, dos quais apenas dois foram detectados até hoje. 

Mesmo assim, a conclusão é clara: a probabilidade é baixa, mas maior do que muitos imaginam.

Fonte: abril

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