Segundo o secretário, estudos técnicos apontaram risco de desabamento da estrutura, o que reforçou a necessidade de uma intervenção. Ele contou que o relatório revelou que o paredão rochoso da região apresenta movimentações intensas e que as pedras podem permanecer balançando por até 12 horas após a passagem de veículos pesados.
“Eu estava sentado na minha mesa, tranquilo, sem problema nenhum, quando chega um estudo dizendo que o Portão do Inferno vai cair. Está lá o estudo completo. Vai cair. Vocês não imaginam: quando passa um ônibus ou caminhão, nós implantamos um sismógrafo. A gente não vê, mas aquela pedra fica 12 horas balançando”, afirmou.
O secretário destacou que, antes de optar pelo túnel, o governo chegou a executar parte das obras de retaludamento do paredão, mas enfrentou dificuldades técnicas e ambientais, o que inviabilizou a continuidade do projeto.
“Nós queríamos tirar o trânsito do Portão do Inferno e, inicialmente, o retaludamento parecia a obra mais fácil e rápida. Mas não deixavam a gente subir no morro para fazer as sondagens necessárias, porque era preciso fazer resgates de flora, fauna e arqueologia. Era muito complexo”, explicou.
Marcelo também enfatizou que as medidas adotadas, como a proibição do tráfego de ônibus e caminhões no trecho, foram tomadas de forma preventiva, diante do risco apontado pelos estudos.
“Se caísse e matasse uma família, ou um ônibus com 30 pessoas, eu ia responder para o resto da vida por não ter tomado atitude. Então, atitude eu tomo”, afirmou.
A decisão de substituir o retaludamento pelo túnel foi confirmada durante a audiência e, segundo o deputado estadual Júlio Campos (União), o processo de licitação da obra será lançado na próxima semana.
Fonte: Olhar Direto