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CUIABÁ

Estudantes da UFMT denunciam projeto com bolsa de R$ 1,5 mil sem critérios claros de seleção de pesquisadores

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Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estão inconformados com o pagamento de uma bolsa estudantil no valor de R$ 1.500 para a elaboração de um projeto anti-evasão. O valor será destinado a estudantes que participarão da pesquisa. Segundo os universitários, o problema está na forma como os participantes foram escolhidos, sem a realização de qualquer critério, edital ou chamamento público. Ao todo, 22 alunos de diferentes cursos foram selecionados para receber o montante ao longo de 24 meses, inclusive quem está prestes a graduar.

Os estudantes foram informados sobre a medida durante reunião do Consuni, o Conselho Universitário responsável por formular e aprovar a política geral da UFMT, realizada na quarta-feira (28). A proposta, conforme nota da reitoria, é investigar os fatores que levam à evasão no âmbito universitário.

A crítica dos alunos não se dirige à iniciativa em si, mas à ausência de critérios para seleção dos bolsistas, especialmente diante do valor considerado elevado em comparação a outras bolsas de pesquisa, como as do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), que atualmente pagam apenas R$ 700.

“Todos nós ficamos muito revoltados ao descobrir que 22 alunos foram selecionados. Selecionados sem nenhum tipo de processo seletivo, sem nenhum edital, sem chamada pública”, declarou uma estudante, que completou:

“Esse projeto pode sim existir desde que ele seja refeito, repensado para que todos tenham a oportunidade de se cadastrarem, de concorrerem essas vagas e que seja feita uma avaliação justa”.

A denúncia também aponta que entre os contemplados estão estudantes prestes a se formar, o que foi considerado ainda mais injusto por alunos que permanecerão na graduação e enfrentam dificuldades que, muitas vezes, levam à evasão — justamente o tema da pesquisa.

“Alguns dos alunos contemplados vão se formar no mês de junho. São alunos que vão ter seus salários e ainda assim serão beneficiados durante dois anos. Por que esse valor não foi redirecionado para que houvesse uma bolsa que atingisse alunos da graduação? É muito injusto que profissionais formados recebam um auxílio tão grandioso enquanto existem alunos que realmente precisam e não tiveram nem a oportunidade de concorrer”, questionou a mesma estudante, que preferiu não se identificar.

A reitora da UFMT, Marluce Souza, chegou a divulgar uma nota sobre o projeto, que será coordenado pela professora Geruza Vieira, doutora em Sociologia e lotada no ICHS/Campus Araguaia. A proposta prevê, inclusive, visitas a alunos que evadiram da universidade.

“A gestão atual deseja apenas trabalhar e oportunizar o retorno daqueles e daquelas que queiram retornar para a UFMT. Não acreditem em pessoas que querem apenas fazer politicagem rasteira no espaço da academia!”, diz trecho da nota.

No entanto, em nenhum momento o texto esclarece os critérios utilizados para a seleção dos alunos pesquisadores, nem aborda a situação de discentes prestes a concluir a graduação.

O entrou em contato com a assessoria da UFMT, mas até o momento não obteve resposta. O espaço segue aberto.

Fonte: leiagora

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