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Descubra a História por Trás da Anestesia Geral: A Invenção Desse Notável Homem

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Até a primeira metade do século 19, não havia muitas opções para amenizar a de uma cirurgia. Alguns médicos e dentistas ofereciam ópio e álcool aos seus pacientes. Os mais ousados se arriscavam com óxido nitroso – o “gás do riso”, sintetizado em 1772, que ajudava, mas não era forte o suficiente para sedar alguém completamente.

Em de 1846, o dentista americano William T. G. Morton realizou a primeira extração dentária indolor. O caso repercutiu nos jornais e, em menos de um mês, Morton recebeu o convite de um renomado cirurgião de para ajudá-lo na retirada de um tumor. Ele colocou um pano sobre o nariz do paciente, que respirou fundo – e apagou.

O pano estava embebido em uma substância que Morton batizou de Letheon (uma referência às águas do rio Lete, que segundo a mitologia grega faziam os mortos se esquecerem de suas vidas passadas). Mas o tal Letheon era só éter etílico, usado até então como droga recreativa.

Morton sequer foi o primeiro a usar o éter como anestésico. O pioneiro foi o americano Crawford W. Long, em 1842. Ele percebeu que pessoas que se machucavam enquanto estavam sob o efeito da droga não se lembravam de ter sentido dor, então resolveu testá-la na mesa de cirurgia. Long, porém, só publicou sua descoberta em 1849 – quando as histórias de Morton já haviam cruzado o Atlântico.

Morton queria registrar o Letheon e faturar com sua “criação”. A científica foi contra – um rebranding do éter etílico não justificava uma patente. Além disso, Morton comprou briga com Long e outros profissionais que reivindicavam créditos pela descoberta, como o seu assistente, Horace Wells, e o professor de química Charles Jackson, com quem aprendeu sobre o éter.

Morton morreu em 1868, falido e com a reputação manchada. Mas sua importância para a anestesia foi reconhecida décadas mais tarde. É que, apesar da tentativa infame de patentear o éter, ele deu uma contribuição real: o primeiro dispositivo para dosar a inalação da droga durante uma cirurgia, feito com frascos de vidro e bocais de madeira, que regulavam a saída do gás e reduziam as chances de uma overdose.

A ascensão do éter também impulsionou os estudos com clorofórmio, anestésico usado pela Rainha Vitória durante o do seu oitavo filho, em 1853. A monarca britânica curtiu o barato e recomendou a substância, que passou a ser usada em larga escala. Terminava, assim, a era das cirurgias dolorosas.

Consultamos os livros: Medicina dos Horrores, de Lindsey Fitzharris, Medicina Macabra, de Thomas Morris, e A Fabulosa História do Hospital, de Jean-Noël Fabiani.

Fonte: abril

Sobre o autor

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Fábio Neves

Jornalista DRT 0003133/MT - O universo de cada um, se resume no tamanho do seu saber. Vamos ser a mudança que, queremos ver no Mundo