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Especialista faz apelo: Vacine-se diante do cenário de morte crescente

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Entre os vírus que circulam em Campo Grande, a influenza e o vírus sincicial respiratório são os que mais preocupam, além de provocar superlotação nas unidades de pronto atendimento e hospitais da capital de Mato Grosso do Sul.

Para alertar a população sobre a importância da vacinação contra a gripe – infecção respiratória aguda causada pelo vírus influenza – e mais detalhes sobre outras transmissões virais em circulação, confira a entrevista com a médica infectologista Silvia Uehara.

A especialista participou ao vivo, nesta quarta-feira (14), do Bom Dia MS, apresentado por Maureen Matiello.

Maureen Matiello – São vários vírus em circulação nesse momento que preocupam, e diante de tantos casos a gente tem visto essa superlotação em unidades de pronto atendimento e hospitais, né doutora? Olhando para o maior número de mortes que a gente viu, a influenza tem sido destaque e por isso a preocupação com a vacina.

Silvia Uehara – Isso. Nós percebemos a partir do fim de março uma elevação muito grande, como também aconteceu em 2024 do número de casos de síndrome respiratória aguda grave, que é quando a pessoa tem complicações de infecções respiratórias.

E é por isso que o Governo Federal antecipou a liberação de vacinas. Então as vacinas estão disponíveis desde o fim de março. E nós precisamos que todos os gestores ampliem a divulgação, seja com carro de som, presencialmente, batendo de porta em porta para avisar que existe vacina disponível.

Todas as gestantes têm o direito de se vacinar. E é importantíssimo, porque durante a gravidez a mulher pode apresentar mais facilmente complicação; e os bebezinhos não podem se vacinar antes dos seis meses. E é o anticorpo, a defesa que essa mulher desenvolveu durante a gestação que vai proteger o bebezinho passado pelo leite materno para o bebê nos seis primeiros meses de vida.

Maureen Matiello – Quando é uma gripe? Porque a gente tá falando de uma gripe, mas que pode ter um quadro muito grave da síndrome respiratória. Quando isso acontece? O que a pessoa começa a sentir para entender que ela tá num quadro grave, não numa simples gripe, porque a gente muitas vezes fala: “Ah! É uma gripe”, mas de repente vem uma falta de ar, vem uma dificuldade maior que pode ser uma síndrome respiratória caminhando para isso.

Silvia Uehara – Nós temos influenza, vírus sincicial respiratório, adenovírus, covid e rinovírus. O rinovírus, ele provoca infecção mais sintomática na via aérea superior. E antes de nós termos as testagens, a gente imaginava que o rinovírus provocava um resfriado simples, mas agora nós temos casos de morte por rinovírus.

E a influenza, geralmente dá uma febre com tempo de duração limitado a 72 horas, três dias, bastante dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, cansaço e tosse.

Agora, se a pessoa começa a sentir dor no peito, falta de ar, isso são sinais de alerta, ou se a febre não passa com os antitérmicos habituais, é importante procurar atendimento médico.

Covid, por exemplo, conforme a variante do coronavírus, ele pode dar mais um ou outro sintoma. Então, a Delta era bastante grave, né? As primeiras variantes do covid eram muito graves. E e aí a gente tem a Gama, que é lá da da região Norte do nosso país, que induziu muita manifestação de diarreia e nós temos municípios com circulação da Gama, mas ela não é a principal que está circulando agora.

A gente tem a Ômicron que dá sintomas gerais; ele não fica muito específico, não tem um sinal muito marcante assim. A gente tem várias várias manifestações diferentes, às vezes você pode ter mais sintomas respiratórios altos, né? Para rotina não importa qual é a variante que você está.

Você pode fazer o quê? Se prevenir se vacinando. As gestantes podem se vacinar contra covid, os idosos, as crianças podem se vacinar contra covid. Se você tem covid, você tem direito de fazer o teste. Nós temos, por exemplo, a Universidade Federal [de Mato Grosso do Sul] que oferece para toda a comunidade, não exclusivamente para alunos e professores e técnicos, mas para toda comunidade de laboratório de DIP oferece a testagem para covid.

Maureen Matiello – Covid tem vacinação já há bastante tempo estabelecida, também entrou na rotina. O que não tem pelo SUS ainda é a vacina do vírus sincicial. Só tem no particular, inclusive o SUS aprovou para gestantes, mas só deve implementar mesmo no segundo semestre, e é uma vacina cara na rede pública para gestante ou para os bebezinhos. E o vírus sincicial também preocupa nesse momento pelo número de casos, né?

Silvia Uehara – Então, no momento em Campo Grande, nós temos mais casos de vírus sincicial respiratório do que de influenza, por exemplo. O vírus sincicial essencial respiratório é a infecção é potencialmente grave, especialmente em crianças menores de dois anos e nos prematuros é muito importante que seja feita a profilaxia nos prematuros extremos, eles têm direito de uso de anticorpo monoclonal para prevenir uma bronquiolite grave, que é é o vírus essencial respiratório pode induzir muita falta de ar, aquele chiado no peito e as mães falam assim assim, “é um catarro preso”.

Por isso que a pessoa tosse tanto para tentar expelir aquela secreção e não consegue. Ela pode induzir a inflamação das vias aéreas muito pequenininhas, dos bronquíolos.

Os prematuros extremos têm direito desse uso de anticorpo monoclonal e já existe prevenção para bebês até dois anos e, as gestantes vão poder fazer a vacinação, e pessoas maiores de 50 anos já tem vacina também disponível contra vírus essencial respiratório no sistema privado.

A infectologista Silvia Uehara ainda deixa um apelo para toda a população:

Gente, por favor, vacinem-se. Nós temos muita muitas pessoas internadas, muitas crianças em sofrimento. Nós estamos com mais de 200 óbitos no Estado. A gente precisa se vacinar. Perder uma vida por uma uma doença que poderia ter sido evitada por vacina e sabendo que essa vacina está disponível para todas as pessoas do Mato Grosso do Sul, acima de 6 meses de vida… Vai ser muito triste se a gente continuar perdendo vidas por causa de doenças ‘preveníveis’ por vacina e com vacina disponível.

Silvia Uehara, infectologista

Casos em Campo Grande

De acordo com dados informados pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até quarta-feira (13), foram registrados 1.361 notificações de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em Campo Grande. Desse número, 764 são casos confirmados.

No mesmo informe, há registro de 263 conformações de influenza (113 mortes) e 278 de VSR (Vírus Sincicial Respiratório), com duas mortes.

Fonte: primeirapagina

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