Em entrevista Ă edição do desta quarta-feira, 8, o especialista em marketing digital Rafael Bergamo considerou positiva a mudança das diretrizes de conteĂșdo polĂtico por parte da Meta, empresa que controla o Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads.
Bergamo relata que trabalha com marketing polĂtico desde 2010 e, desde entĂŁo, começou a sentir âuma censura severaâ que se acirrou ao longo dos anos. âPerfis foram bloqueados sem nenhum tipo de direito de defesa, sem sequer saber a razĂŁo do bloqueio.â
Para ele, a opção da Meta em trocar as agĂȘncias de por checagens propostas pelos prĂłprios usuĂĄrios das redes sociais Ă© positiva. âĂ justo que a prĂłpria rede seja a reguladora dos conteĂșdos, nĂŁo ter uma agĂȘncia que pode tomar decisĂ”es enviesadas, priorizando setores ou grupos polĂticosâ, como era visto anteriormente.
A medida teve um efeito particular no Brasil, onde agĂȘncias do gĂȘnero foram acusadas de realizar suas checagens a partir de um viĂ©s de esquerda, âque acha que todas as informaçÔes da direita sĂŁo extremistasâ, segundo Bergamo.
Com as redes sociais livres, a população ganha o direito de se manifestar pela internet e, assim, polĂticos ficam expostos a crĂticas, o que nĂŁo Ă© da vontade dos governantes. âA Ășnica coisa que os ĂłrgĂŁos de governo realmente tĂȘm medo Ă© um povo com vozâ, considera.
Este movimento em favor da liberdade de expressĂŁo Ă© uma tendĂȘncia global, de acordo com Bergamo, âo que nĂŁo interessa a um governo que quer controlar a narrativa da verdadeâ.
Meta anuncia mudanças em sua polĂtica de conteĂșdo
Assim como o Twitter/X, as plataformas da Meta vĂŁo substituir os verificadores de fatos pelas notas da comunidade. A contratação dos checadores de fake news começou depois da primeira eleição de Trump, em 2016, quando a mĂdia tradicional atribuiu o resultado do pleito Ă s notĂcias falsas e Ă desinformação.
De acordo com , diretor-executivo da empresa, trazer estes profissionais para a equipe foi uma preocupação com a veracidade das informaçÔes propagadas nas redes. Entretanto, ele considera que os verificadores de fatos foram âmuito âpoliticamente tendenciososâ e que âdestruĂram mais confiança do que criaramâ.
Assim, as redes sociais da Meta vĂŁo eliminar restriçÔes sobre temas como imigração e gĂȘnero. âO que começou como um movimento para ser mais inclusivo tem sido cada vez mais usado para calar opiniĂ”es e excluir pessoas com ideias diferentes, e isso foi longe demaisâ, afirmou Zuckerberg.
Assim, os avaliadores de conteĂșdo vĂŁo passar por ajustes para exigir mais certeza de que alguma polĂtica da empresa Ă© violada antes de remover o conteĂșdo. De acordo com o CEO, âisso significa que vamos deixar passar mais conteĂșdo ruim, mas tambĂ©m vamos reduzir o nĂșmero de publicaçÔes e contas de pessoas inocentes que removemos acidentalmenteâ.
Outra medida Ă© uma mudança no algoritmo para deixar de punir conteĂșdo polĂtico nas redes sociais. De acordo com Zuckerberg, as plataformas da Meta pararam de recomendar publicaçÔes do tipo por pedidos dos usuĂĄrios. âMas agora parece que estamos em uma nova era, e começamos a receber feedback de que as pessoas querem ver esse conteĂșdo novamenteâ, diz ele.
Fonte: revistaoeste