Para o parlamentar, a decisão do ministro faz parte de um movimento calculado que já estava em curso há tempos. “Ele veio com aproximações sucessivas e há muito tempo já queria isso. Com isso, ele dobra a aposta e afronta não só Bolsonaro, mas até o presidente Donald Trump, ao descumprir a Lei Magnitsky, que está em curso contra ele”, afirmou Medeiros.
Medeiros denunciou que, por trás da decisão de prender Bolsonaro, há o intuito de desviar a atenção de um escândalo que envolve o próprio gabinete de Moraes. Trata-se do vazamento de conversas de um grupo de WhatsApp chamado “Audiência de Custódia”, composto por membros das equipes do ministro tanto no STF quanto no TSE.
“Ali há provas de abuso de autoridade, perseguição política e manipulação. São conversas em que o STF pressiona o TSE para arrumar provas contra os presos do 8 de janeiro, porque o PGR estaria inclinado a soltá-los”, relatou.
Medeiros classificou o conteúdo das mensagens como “escandaloso” e afirmou que o material é suficiente para um processo de impeachment contra o ministro. “Tem abuso de poder, tem tudo. Isso é caso de cadeia. O STF já anulou toda a Lava Jato por causa de mensagens entre Moro e Dallagnol que nem se comparam a essas. O que tem agora é muito mais grave”, afirmou o parlamentar.
Segundo o deputado, na decisão judicial Moraes não apenas amplia o escopo da responsabilização jurídica, como também ameaça a liberdade de expressão. Medeiros critica ainda o que considera um esforço do Judiciário para intimidar quem se opõe as ações do STF.
“Na sentença da prisão de Bolsonaro, ele inova. Qualquer pessoa que fizer uma postagem em apoio ao ex-presidente pode ser presa. Isso me coloca numa situação de dúvida: posso discordar da decisão do ministro? O senhor está querendo calar as pessoas, está querendo amedrontar? Ou vai mesmo levar adiante essa perseguição?”, disse.
O deputado ainda apontou contradições e omissões em relação aos responsáveis pelos atos de 8 de janeiro. “Cadê Flávio Dino? Cadê G. Dias? Eles deviam estar sendo investigados, mas não estão. G. Dias disse que tinha 900 homens à disposição e não usou. Lula não estava em Brasília. Os ministros estavam fora. Tudo isso cheira a armação”.
Fonte: leiagora