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Entrevista exclusiva com Sarina Gomes: Descubra como ser diferente pode te fazer brilhar

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ara Sarina Gomes, ser diferente é muito mais legal; é motivo de orgulho. Mas a influenciadora de moda e beleza, que hoje tem mais de 700 mil seguidores em seu perfil do Instagram, só percebeu isso a partir do momento em que começou a realçar seus traços asiáticos e, assim, honrar sua personalidade autêntica.

Antes, eu não queria ser diferente das pessoas, eu queria me encaixar. Depois que eu entendi que se eu for mais autêntica, se eu for mais eu, e querer me destacar por isso, posso ser mais confiante e ter muitos resultados positivos, as pessoas começaram a se identificar comigo“, afirma ela em entrevista à .

Do interior de Minas Gerais, Sarina conta que, fora sua mãe, costumava ser a única mulher japonesa nos ambientes. “Tinha zero referências [asiáticas] de beleza e de estilo. A primeira vez que conheci outra menina asiática foi quando fui morar em Belo Horizonte, aos 18 anos.”

Olhando o atual curto e cheio de atitude de Sarina, nem dá para imaginar que ela já teve fios longos, com mechas e fazia babyliss, né? Porém, a criadora revela que, quando começou a criar conteúdo para a internet por volta de 2020, fez essas escolhas visuais a fim de tentar se encaixar em um padrão de beleza eurocêntrico que a rodeava. “Nessa época, eu estava bem perdida, em questão de personalidade mesmo. Eu me moldei para me parecer com as outras criadoras e me apaguei para tentar me encaixar em um lugar que não me cabia”, lembra.

“Quando a gente cresce, às vezes em um ambiente em que você é uma das únicas ou a única asiática, as pessoas já te apontam como diferente. Então, você sabe que é diferente. E crescer com isso parece que é uma coisa ruim, sabe? Porque a forma como falam pode ser pejorativa e até no lugar de piada. Foi isso que senti por muitos anos. Eu não sentia que eu queria ser japonesa.”

Ela ainda reflete sobre como se recusava a ter qualquer proximidade com a cultura japonesa, com a justificativa de que não queria se adequar aos estereótipos do que é ser asiático. “Eu não assistia anime, eu não queria ouvir nada que vinha da cultura asiática, porque eu não queria me encaixar. Mas eu tinha muito medo de gostar. Olha o nível. Você tem medo de gostar de algo da sua cultura porque não quer ser colocada em uma caixinha.”

Foi só quando fez sua primeira viagem para conhecer o Japão e sua família materna, em março de 2024, que se viu inspirada por outras japonesas, que se destacam por seus múltiplos estilos. “Vi beleza no que às vezes eu escondia e que não tinha confiança. E aprendi a ter mais confiança em relação aos meus traços e à minha beleza. Virou uma chavinha pra mim de ‘Sou uma mulher asiática e quero realçar esses traços’”.

Para essa viagem, Sarina se arriscou em uma mudança radical ao cortar o cabelo chanel e, depois, ao longo do ano, fez um , tradicional da cultura japonesa, e também um visual repicado. “Hoje, eu odeio usar óculos de sol, por exemplo, porque esconde o meu olho. E era algo que eu tinha muita insegurança. Eu queria mudar o que eu era, e hoje quero realçar e fazer maquiagens para acender o meu olhar e deixá-lo ainda mais puxado.”

Eu queria mudar o que eu era, e hoje quero realçar e fazer maquiagens para acender o meu olhar e deixá-lo ainda mais puxado.

Sarina Gomes

O conselho de Sarina Gomes para outras meninas japonesas que se identificam com ela e que vivem essa jornada de construir sua autoestima é pensar nas suas características distintas como o seu grande trunfo. “Depois que você entende que isso é o que te faz brilhar, porque pra mim hoje [ser japonesa] é o que me faz brilhar, e eu tenho muito orgulho da minha cultura, vira a chavinha do orgulho. Tudo muda para você.”

“Enquanto você estiver escondendo seus traços e a sua cultura, isso vai continuar sendo uma perturbação que te afeta na autoestima. O que tem que mudar é a sua visão, porque a visão das outras pessoas não vai mudar. Você tem que se olhar com carinho e admirar suas diferenças, porque são elas que te tornam única”, conclui.

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Fonte: capricho

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