Christinny dos Santos
Única News
Um recém-nascido teve a clavícula fraturada durante o parto no Hospital Municipal de Jaciara. A parturiente registrou uma denúncia contra a equipe médica, relatando que foi tratada com grosseria. Ela disse ainda que o médico deixou as profissionais de enfermagem – enfermeira e técnica – sozinhas durante o parto. Em dado momento, a enfermeira teria puxado a cabeça do bebê, o que família acredita ser o motivo da fratura. Foi aberto um inquérito para apurar a conduta da enfermeira e também da técnica, apenas. A abertura do procedimento administrativo disciplinar foi oficializado por meio de publicação no Diário dos Municípios, na terça-feira (29).
Conforme a publicação, a parturiente procurou o hospital no dia 09 de julho deste ano, para consultar o bebê, onde recebeu diagnóstico de fratura de clavícula no ombro corroborada pela Declaração de Nascido Vivo do menino. Embora a declaração não possa ser considerada documento que comprove a lesão, estabelece um nexo temporal com o relato da mãe.
A paciente relatou que, durante o parto, que aconteceu em 24 de junho, o médico responsável deixou a sala em um momento crítico do procedimento obstétrico e a deixou sob os cuidados da equipe de enfermagem. Segundo a parturiente, as então responsáveis de maneira “grosseira e pouco acolhedora”, dizendo ainda que a enfermeira teria “puxado a cabeça da criança” sem solicitação de auxílio médico para tal manobra.
Em investigação interna preliminar, a Coordenação de Enfermagem do Hospital Municipal confirmou que as profissionais citadas de fato estavam na escala de plantão da data dos fatos e eram as responsáveis pelo atendimento da paciente. Mas, a enfermeira preencheu uma “Declaração de Esclarecimento”, afirmando que seguiu todos os protocolos assistenciais da maternidade e realizado manobras obstétricas conforme treinamentos.
Além disso, a profissional negou que tenha sido intencionalmente omissa ou tratado a paciente com grosseria, atribuindo a percepção de insensibilidade a situações de dor e estresse pela qual ela passou durante o parto. Sobre a fratura sofrida pelo recém-nascido, alegou que “tratar-se de ocorrência obstétrica possível em partos normais sem que isso signifique erro de conduta, e que o manejo contou com o apoio da equipe médica”. Destaca-se ainda que a afirmação de que contou com auxílio médico, vai contra o relato da parturiente de que o principal responsável pelo procedimento tenha deixado a sala.
Apesar disso, a Procuradoria do Município entendeu que existem indícios suficientes de materialidade e autoria prejudicial contra pacientes, o que justificar a instauração de um procedimento apuratório formal dos fatos. Diante disso foi instaurado inquérito para investigar a conduta da enfermeira e também da técnica de enfermagem e, embora este não seja alvo da investigação, deve ser apurado também se o médico de fato deixou a sala durante o parto.
“A presente apuração tem por objetivo final elucidar a materialidade e a autoria de possíveis faltas funcionais, em especial no que tange às alegações de ausência de supervisão médica durante o parto, a condução integral do procedimento pela equipe de enfermagem, a suposta manobra de “puxar a cabeça da criança” sem auxílio médico, a alegada conduta “grosseira e pouco acolhedora” da equipe de enfermagem, e a eventual relação de causalidade entre as condutas observadas durante o parto e a posterior fratura de clavícula diagnosticada no recém-nascido, tudo em conformidade com os deveres e proibições impostos pela Lei nº 1.208/2009 e Lei nº 1.457/2012, e demais normativas aplicáveis”, diz trecho documento.
O processo deve ser concluído em até 30 dias, mas pode ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade competente, mediante solicitação fundamentada da Comissão Processante.
ENTRE EM NOSSO CANAL AQUI
RECEBA DIARIAMENTE NOSSAS NOTÍCIAS NO WHATSAPP! GRUPO 1 – GRUPO 2 – GRUPO 3
Fonte: unicanews