Em entrevista ao podcast Radar News, o diretor-presidente da Energisa Mato Grosso, Marcelo Vinhaes, esclareceu pontos importantes sobre a expansão da rede elétrica e os custos de universalização e expansão para o estado. Ele explicou que, embora Mato Grosso receba o maior investimento per capita do setor elétrico no Brasil — R$ 1,7 bilhão —, o crescimento da rede de energia precisa ser planejado e justo para todos os consumidores.
Vinhaes detalhou a diferença entre os sistemas de energia monofásica e trifásica, explicando por que os custos de instalação não são os mesmos para todos os clientes. A energia monofásica, considerada essencial para a subsistência (iluminação, geladeira, TV), é gratuita para o cidadão. A obra de instalação, incluindo postes e equipamentos, é de responsabilidade da Energisa, e o custo é rateado entre todos os consumidores do país por meio da tarifa.
Já a energia trifásica, de maior potência, é destinada principalmente a atividades econômicas, como indústrias e grandes propriedades rurais. De acordo com a legislação brasileira, os custos de expansão da rede para essa modalidade não podem ser repassados para a tarifa geral. “Se eu invisto mais e mais, vai ficando mais cara a tarifa do Mato Grosso”, afirmou o diretor, ressaltando que não seria justo que toda a população arcasse com os custos para que um empresário gerasse riqueza.
“A lei, a regra, foi criada dessa forma. Ou seja, você é empresário, você paga pela sua obra. Você quer energia para ganhar dinheiro, você paga pela sua obra”, resumiu o executivo. Essa abordagem visa garantir que o crescimento econômico e os investimentos necessários para grandes empreendimentos não onerem o consumidor comum, mantendo a equidade tarifária no estado.
Vinhaes também aproveitou para reforçar a importância da energia solar, mas com ressalvas. Ele destacou que a energia intermitente (solar e eólica) precisa de um planejamento cauteloso para não desequilibrar a rede nacional, que depende também de fontes de energia de base, como as hidrelétricas e térmicas. Além disso, ele defendeu que os subsídios para a energia solar deveriam ser revistos, já que a tecnologia se tornou economicamente viável e o benefício acaba sendo pago pelos consumidores que não possuem painéis solares.
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Fonte: unicanews