Petrolíferas da Venezuela passaram a manipular a origem de exportações de petróleo para driblar as sanções impostas ao país. Essa prática, chamada de spoofing, inclui alterar a localização de navios e a falsificação da origem da carga. Com isso, as embarcações parecem sair de portos brasileiros, embora estejam carregando petróleo venezuelano. As informações são da agência Reuters.
As empresas já teriam embolsado US$ 1 bilhão em embarques de petróleo — declarado de origem brasileira. Essa medida, além de reduzir os custos e o tempo de transporte, dá às empresas a possibilidade de financiamentos bancários mais vantajosos.
Desde 2019, os EUA impõem sanções às exportações de energia da Venezuela. O objetivo é cortar a receita da ditadura de Nicolás Maduro, acusado de se manter no poder com base em eleições fraudulentas.
Refinarias independentes chinesas são as principais compradoras desse petróleo. Em 2024, o país recebeu cerca de 350 mil barris por dia (bpd) da Venezuela. Entre janeiro e abril de 2025, o volume subiu para quase 465 mil bpd. A maioria dessas remessas ainda entra com registro da Malásia ou como betume misto, e menos de 10% são oficialmente declaradas como venezuelanos.
Entre julho de 2024 e março de 2025, a China importou mais de 2,5 milhões de toneladas de mistura de betume supostamente do Brasil, no valor de US$ 1,2 bilhão. A , no entanto, afirma que o país raramente exporta esse tipo de produto.
A mistura de betume não exige cotas de importação, como o petróleo bruto. Isso facilita o envio do tipo Merey, petróleo pesado da , muito usado por refinarias chinesas.

A Hangzhou Energy, intermediária da PDVSA, fretou vários navios com essa prática, segundo documentos da estatal e segundo dados do serviço de rastreamento TankerTrackers.com.
A Reuters informou que a falsificação foi relatada por três negociadores. O identificou esse padrão com base em dados marítimos, imagens de satélite e fotos da costa.
O governo da China, a PDVSA, o ministério do Petróleo da Venezuela e o governo brasileiro não comentaram o caso.
Fonte: revistaoeste