O Equador se prepara para uma eleição presidencial apertada entre Luisa González e Daniel Noboa, marcada para este domingo, 13. A disputa coloca frente a frente a esquerda e a centro-direita, com pesquisas mostrando empate técnico.
A empresa Comunicaliza aponta Noboa com 50,3% dos votos válidos e González com 49,7%. Já a Telcodata mostra o oposto: 50,2% para González e 49,8% para Noboa — ambas dentro da margem de erro.
Luisa González, de 47 anos, é advogada e candidata da esquerda pelo partido Revolução Cidadã. Ela tenta ser a primeira mulher eleita presidente do país. Já Daniel Noboa, empresário de 37 anos e atual presidente, representa a centro-direita pelo partido Ação Democrática Nacional (ADN). Ele tenta se reeleger depois de vencer a eleição antecipada em 2023.
Nos últimos dias, Noboa decretou estado de exceção em sete províncias, em Quito e no sistema prisional, alegando aumento da violência e do narcotráfico. González criticou a troca de sua equipe de segurança, chamando a decisão de irresponsável. O Ministério da Defesa defendeu a medida, dizendo que os novos agentes são qualificados.
No primeiro turno, González ficou à frente de Noboa por uma diferença mínima: 0,17%. Noboa alegou fraude, mas as denúncias foram rejeitadas por observadores internacionais. Cerca de 13,7 milhões de equatorianos devem ir às urnas entre 7h e 17h, no horário local.
Segurança pública é a principal pauta das eleições no Equador

A segurança é uma preocupação constante no Equador, com o narcotráfico exacerbando a situação. Noboa mantém forças armadas nas ruas desde 2024, sob a justificativa de um conflito armado interno, mas a violência persiste. Nos primeiros meses de 2024, mais de 1,5 mil homicídios foram registrados.
Embora a taxa de homicídios tenha caído para 38 por 100 mil habitantes, continua sendo uma das mais altas da América Latina, de acordo com o Insight Crime.
Os candidatos se deslocam sob forte proteção devido às constantes ameaças. Mais de 30 políticos e autoridades foram assassinados desde 2023.
Impacto econômico e propostas dos candidatos
A crise econômica também é um desafio, com a dívida pública atingindo 57% do PIB, segundo o FMI. A produção de petróleo não chega a 500 mil barris por dia desde 2020, e o desemprego combinado com o subemprego afeta 23% da população.
González e Noboa apresentam modelos econômicos divergentes para revitalizar o país. Noboa defende políticas neoliberais, enquanto González propõe um Estado mais forte e assistencialista.
A polarização política no Equador é evidente. Rafael Correa, ex-presidente e mentor de González, está exilado na Bélgica após ser condenado à revelia por corrupção, mas continua influente na política local.
Fonte: revistaoeste