Um plano do Egito para a reconstrução para Gaza, que custa US$ 53 bilhões e evita o reassentamento dos palestinos, foi apresentado nesta terça-feira, 4, no Cairo, por um grupo de países árabes. O projeto é uma alternativa à proposta do presidente Donald Trump de criar uma Riviera do Oriente Médio, sem os palestinos, conforme relata a Reuters.
O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, um dos coordenadores do plano, afirmou que a proposta foi aceita ao final de uma cúpula na capital egípcia. Ele tem uma relação próxima com o presidente norte-americano. Na posse de Trump, Al-Sisi era um dos líderes árabes mais entusiasmados.
“Afirmo o meu compromisso de continuar a trabalhar e cooperar com Sua Excelência para melhorar as relações estratégicas entre os nossos dois países e para alcançar os nossos interesses comuns, que servem os interesses de ambos os povos e fortalecem a segurança e a estabilidade na nossa região e no mundo”, declarou Al-Sisi nas redes sociais, na ocasião.
O egípcio, portanto, está confiante de que o plano agradará à , cada vez mais bem relacionado com países como Arábia Saudita e aliados. A ideia é criar uma rede de apoio à estabilidade na região. Al-Sisi disse ter certeza de que Trump seria capaz de alcançar a paz no conflito de Gaza.
O plano do Egito para a reconstrução de Gaza é um documento de 112 páginas. Este inclui mapas de como a terra seria reestruturada e imagens geradas por inteligência artificial (IA) de novos desenvolvimentos residenciais, jardins e centros comunitários. O plano também propõe um porto comercial, um centro de tecnologia, hotéis à beira da praia e um aeroporto.
O acordo para uma segunda etapa do cessar-fogo entre Israel e Hamas, encerrado no sábado 1º, está paralisado. A exigência de Israel é a total exclusão do Hamas de um futuro governo. Israel busca inclusive a eliminação do grupo terrorista.
A partir disso, Gaza depende de questões cruciais, como quem administrará o enclave e quais países fornecerão os bilhões necessários para a reconstrução.
O Egito trabalhou com os palestinos para criar um comitê administrativo de tecnocratas palestinos independentes para governar Gaza temporariamente, preparando o retorno da Autoridade Palestina (AP), que governa a Cisjordânia, ressaltou Sisi.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, que lidera a AP, disse que apoiava a ideia egípcia e estava pronto para realizar eleições presidenciais e parlamentares, se as condições permitirem. Outro ponto crítico é o destino do Hamas, que necessariamente precisa perder poder político.
O apoio financeiro de países árabes ricos em petróleo, como os Emirados Árabes Unidos (EAU) e a Arábia Saudita, será a base da reconstrução, de acordo com o plano. Os EAU, que consideram o Hamas uma ameaça existencial, querem o desarmamento imediato do grupo terrorista. Outros países árabes defendem uma abordagem gradual.
Segundo informou uma fonte próxima à Corte Real saudita, a presença armada do Hamas em Gaza é um obstáculo devido à forte oposição dos EUA e de Israel. Sem os dois países, não é possível aprovar o plano.
Posição de Israel sobre o plano dos países árabes
Durante a cúpula, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, príncipe Faisal bin Farhan, destacou a necessidade de garantias internacionais para manter o cessar-fogo temporário e apoiou o papel da AP na governança de Gaza.
provavelmente não se oporia a uma entidade árabe assumir a responsabilidade pelo governo de Gaza, segundo a agência. Desde que o Hamas seja removido. Um oficial israelense afirmou que os objetivos de guerra de Israel desde o início foram destruir as capacidades militares e governamentais do Hamas.
“Portanto, se eles forem fazer o Hamas concordar em desmilitarizar-se, isso precisa ser imediato”, disse o oficial. “Nada mais será aceitável.”
Os terroristas do Hamas declararam que apoiam o plano de reconstrução de Gaza elaborado no Egito.
Fonte: revistaoeste