A geração de vagas de trabalho ligadas à educação foi decisiva para o Brasil alcançar, no segundo trimestre de 2025, a menor taxa de desemprego já registrada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), conduzida pelo IBGE.
Divulgados em 31 de julho, os dados mostram que a taxa de desocupação caiu para 5,8%, o menor índice desde o início da série histórica, em 2012. O número de brasileiros ocupados chegou a 102,3 milhões, outro recorde.
De acordo com o IBGE, apenas um dos dez setores analisados apresentou crescimento expressivo: administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde e serviços sociais. Nesse segmento, o total de ocupados saltou para quase 18,9 milhões, um aumento de 4,5% em relação ao trimestre anterior, o que representa 807 mil novas vagas.
A educação, tanto pública quanto privada, foi o principal motor dessa expansão, com destaque para contratações em prefeituras de professores, inspetores, serventes e porteiros. Segundo a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, o movimento está associado ao retorno das aulas após o recesso de fim de ano, fenômeno típico do calendário escolar.
Além da educação, a área de saúde também colaborou com a alta no setor. No restante da economia, os demais grupamentos se mantiveram estáveis, com variações pouco significativas. Veja os destaques:
- Agricultura e pesca: +126 mil vagas (1,7%)
- Indústria geral: +163 mil vagas (1,2%)
- Construção: -14 mil vagas (-0,2%)
- Comércio: +258 mil vagas (1,3%)
- Transporte: +123 mil vagas (2,1%)
- Alojamento e alimentação: -55 mil vagas (-1%)
- Setor financeiro e administrativo: +223 mil vagas (1,7%)
- Serviços domésticos: +60 mil vagas (1,1%)
- Outros serviços: +101 mil vagas (1,9%)
A nova edição da Pnad foi baseada em uma amostra atualizada, conforme os dados do Censo de 2022. A reponderação feita pelo IBGE exigiu ajustes na série histórica, mas as alterações foram mínimas. Segundo Beringuy, a dinâmica do mercado de trabalho manteve-se estável.
Dos 159 trimestres analisados desde 2012, apenas 25 tiveram alterações na taxa de desocupação, todas inferiores a 0,1 ponto percentual. Desde outubro de 2021, não houve nenhuma mudança nos dados trimestrais. O maior índice já registrado foi de 14,9%, durante a pandemia, nos trimestres encerrados em setembro de 2020 e março de 2021.
Fonte: cenariomt