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Economia

Economista-chefe do Itaú defende retorno do teto de gastos: entenda o posicionamento

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O economista-chefe do , Mario Mesquita, afirmou que a reintrodução do teto de gastos é essencial para que a taxa básica de juros, a Selic, volte a um dígito. Ele deu a declaração durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 18.

Segundo o especialista, o teto de gastos, implementado no governo Michel Temer, foi a única política fiscal que permitiu ao Banco Central (BC) perseguir metas de inflação com juros mais baixos. Mesquita afirmou que a volta do teto de gastos pode alinhar a taxa de juros brasileira aos padrões internacionais.

“Se o governo quer uma taxa de juros mais próxima de outros países, é preciso voltar para o teto de gastos”, disse. “Políticos e a sociedade o rejeitaram, mas ainda querem juros baixos.”

Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, com um juro real em cerca de 9%, o que dificulta a redução sem um ajuste fiscal significativo. Projeções do Itaú mostram que, com o teto de gastos, a dívida pública poderia se estabilizar em 92% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2031, ao considerar um crescimento econômico de 2,5% ao ano e um juro real de 6%.

Para que essa estabilização ocorra, Mesquita sugere que algumas despesas do governo, como o Benefício de Prestação Continuada, precisem de revisão. Ele acredita ser possível proteger os grupos mais vulneráveis durante o ajuste. “Você pode fazer um ajuste preservando o que atinge as pessoas que de fato precisam”, afirmou.

Economista do Itaú vê desafio no Ministério da Fazenda

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O economista também destaca o desafio enfrentado pelo Ministério da Fazenda ao tentar implementar uma política econômica fiscalmente responsável. “Quem quer que esteja no Ministério da Fazenda, independente da orientação política, vai ser sempre muito difícil porque você está muito engessado”, comenta Mesquita.

Internacionalmente, o especialista observa maior interesse de investidores estrangeiros por ativos brasileiros, impulsionado pela desvalorização do real no ano passado e pelos altos juros locais.

A estratégia de investimento conhecida como carry trade tornou-se mais atrativa por causa da diferença de mais de 8,5 pontos percentuais entre os juros do Brasil e dos Estados Unidos.

Investidores estrangeiros têm demonstrado interesse não apenas em títulos de renda fixa, mas também em ativos de renda variável no Brasil, o que inclui derivativos e ações. Mesquita disse que ouviu de um investidor estrangeiro que o Brasil não enfrentaria dificuldades em emitir US$ 10 bilhões anuais de dívida externa.

Recentemente, o Tesouro Nacional anunciou a emissão de títulos em dólares no mercado internacional, com vencimento previsto para 2035.

Fonte: revistaoeste

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