Na cerimônia que celebrou uma década do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Dilma Rousseff, presidente da instituição, defendeu que o desenvolvimento precisa ser sustentável, inclusivo, justo, resiliente e soberano. Ela ressaltou um senso renovado de propósito para o banco, criado para financiar infraestrutura e projetos sustentáveis em países em desenvolvimento.
Em seu discurso, Dilma observou que o cenário global atual é mais fragmentado, desigual e vulnerável a crises sobrepostas, como as climáticas, econômicas e geopolíticas. Segundo ela, o multilateralismo está sob pressão, com aumento do unilateralismo e um recuo na cooperação internacional.
Ela criticou o uso de tarifas, sanções e restrições financeiras como instrumentos de subordinação política, apontando que cadeias produtivas globais estão sendo reorganizadas não apenas por eficiência, mas por interesses geopolíticos. Dilma ainda destacou a assimetria do sistema financeiro internacional, que impõe maiores fardos aos países com menos recursos, reforçando a necessidade de mais cooperação e de instituições que reflitam as realidades atuais.
Para Dilma, a missão do NDB segue essencial: provar que há mais de uma forma de promover o desenvolvimento. Ela enfatizou que os países emergentes e em desenvolvimento merecem instituições que compreendam seus desafios e respeitem suas escolhas.
O NDB, fundado em 2015, já aprovou 120 projetos, totalizando US$ 39 bilhões em financiamentos. Além dos membros fundadores do Brics, países como Uruguai, Argélia e Bangladesh podem aderir à instituição. Em 2023, Dilma Rousseff assumiu a presidência do banco e foi reeleita em 2025.
O Brics, por sua vez, é um foro político-diplomático do sul global, que busca fortalecer a cooperação internacional e ampliar a influência de seus membros em organizações como ONU, FMI e Banco Mundial, promovendo alternativas como o NDB.
Fonte: cenariomt