Rodovia que corta Mato Grosso do Sul de leste a oeste, a BR-267 integra a Rota Bioceânica – megaestrada do Brasil ao Chile passando por Paraguai e Argentina – e é caminho de muita gente que viaja de carro, moto, ônibus e caminhão. Afinal, além de corredor logístico, é um dos acessos para destinos turísticos do estado – como Bonito, Bodoquena, Jardim e Pantanal – e rota para quem quer desbravar a Cordilheira dos Andes e o Deserto do Atacama por via terrestre. Em breve, um trecho desta estrada terá pedágio de R$ 43. (entenda mais abaixo)
Para quem vem de São Paulo pela Rodovia Raposo Tavares (SP-270), a BR-267 em Mato Grosso do Sul começa na travessia do rio Paraná, em Bataguassu, e segue até o encontro com a BR-163, em Nova Alvorada do Sul – trecho com 248,1 quilômetros de extensão. A outra parte da BR-267 começa em Rio Brilhante, passa por Maracaju, Guia Lopes da Laguna, Jardim até chegar a Porto Murtinho – trecho com aproximadamente 400 quilômetros de extensão.
Cidade sul-mato-grossense na fronteira com o Paraguai, Porto Murtinho é o portal do Brasil para a Rota Bioceânica. Lá estão em construção a ponte binacional sobre o rio Paraguai, que liga à cidade paraguaia de Carmelo Peralta, e o acesso a essa ponte do lado brasileiro, que tem cerca de 13,1 quilômetros de extensão, seis pontes e um viaduto.
Depois da fronteira do Brasil, o Corredor Bioceânico de Capricórnio segue pelo Chaco paraguaio, norte da Argentina – por cidades como Salta e San Salvador de Jujuy, Cordilheira dos Andes e Chile – passando pelo Deserto do Atacama, considerado o deserto mais seco do mundo.
Pedágio na BR-267
O trecho da BR-267 situado na região leste de Mato Grosso do Sul, entre Bataguassu e Nova Alvorada do Sul, está no projeto de concessão da Rota da Celulose – sistema rodoviário que também engloba MS-040, MS-338, MS-395 e BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas.
Com a assinatura do contrato em janeiro de 2026, o Consórcio Caminhos da Celulose deve iniciar as obras a partir de março de 2026. Além disso, a cobrança do pedágio no sistema “Free Flow” — ou “pedágio eletrônico em livre passagem” – deve começar a partir do fim de janeiro de 2027.
No caso da BR-267, a tarifa de pedágio ficará da seguinte forma para automóveis (há multiplicador de tarifa conforme classe do veículo):
- BR-267: R$ 5,15 (km 21 – entre divisa MS-SP e Bataguassu); R$ 12,10 (km 66 – entre Bataguassu e Casa Verde); R$ 10,05 (km 130 – entre Casa Verde e Nova Alvorada do Sul); R$ 16,40 (km 180 – entre Casa Verde e Nova Alvorada do Sul); TOTAL R$ 43,70.
A concessão da Rota da Celulose prevê o Free Flow — ou “pedágio eletrônico em livre passagem”, que é o modelo de cobrança de tarifa que elimina praças físicas e cancelas. Veículos passam, na velocidade permitida na via, por pórticos que identificam automaticamente TAGs ou placas e a cobrança é feita de forma eletrônica e proporcional ao uso da via.
Nesse modelo, não existem cancelas que obriguem a reduzir velocidade ou parar nas rodovias concedidas. Em pontos estratégicos da rodovia são instalados pórticos com sensores, leitores de TAGs (transponders) e câmeras que leem placas (ANPR) automaticamente. Sempre que um veículo cruza um pórtico a passagem é registrada eletronicamente e a identificação pode ocorrer por etiqueta eletrônica (TAG) ou leitura da placa.
No sistema de pedágio eletrônico, a tarifa poderá ser paga de duas formas:
- Leitura de etiqueta eletrônica (TAG): o usuário-consumidor poderá adquirir a etiqueta eletrônica para pagamento da tarifa de pedágio com possibilidade de desconto.
- Leitura da placa do veículo: após passar pelo pórtico, o usuário-consumidor deverá procurar a concessionária, em seus canais de atendimento, para efetuar o pagamento da tarifa de pedágio de modo a não configurar evasão de pedágio. No caso do não pagamento da tarifa eletrônica durante a passagem pelo pórtico, o usuário consumidor deverá providenciar a regularização do pagamento junto à concessionária em até 30 dias.
Duplicação e ampliação de capacidade na BR-267
No trecho da BR-267 entre Bataguassu e Nova Alvorada do Sul, dos 248,1 quilômetros de extensão, só 13,5 km terão pista dupla, mais perto da divisa MS-SP. As obras de duplicação serão executadas entre 7º e 8º ano de concessão.
Há previsão de implantação, entre 2º e 23º ano de concessão, de 73,58 km de terceira faixa no restante do trecho que continuará com pista simples.
Em relação aos outros investimentos previstos no projeto da Rota da Celulose, a BR-267 vai ter:
- contorno rodoviário em Bataguassu (15,3 km) entre 7º e 8º ano de concessão;
- 4 unidades do SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) no 1º ano de concessão;
- 1 PPD (Posto de Parada e de Descanso) no 2º ano de concessão;
- 4 passagens de fauna entre 4º e 5º ano de concessão;
- atendimento médico de emergência (até fim do 9º mês de concessão);
- socorro mecânico com guinchos (até fim do 9º mês de concessão);
- sinal de telefone e internet em todo o trecho (até fim do 1º ano de concessão).
À oeste, entre Rio Brilhante e Porto Murtinho, a BR-267 continuará sob administração do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Ou seja, sem cobrança de pedágio. Entre Porto Murtinho e Alto Caracol, 101,1 quilômetros da rodovia estão sendo restaurados, parte deles recebendo terceira faixa e acostamento, por causa da Rota Bioceânica.
Fonte: primeirapagina






