O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai implementar, a partir da próxima quinta-feira (31), uma reponderação na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), que atualizará os dados do mercado de trabalho com base nos resultados do Censo Demográfico de 2022.
A alteração incorpora o novo perfil populacional à amostra de lares visitados pelos pesquisadores, o que pode provocar mudanças nas taxas de desemprego divulgadas desde 2012, quando a série histórica teve início.
Segundo o IBGE, essa reponderação é necessária porque as estimativas populacionais anteriores da Pnad indicavam mais de 216 milhões de habitantes em 2024, enquanto o Censo projeta 212,6 milhões. Essa diferença exige ajuste nos dados para refletir com maior precisão a realidade demográfica do país.
Entre os impactos, as taxas de desocupação podem apresentar pequenas variações, embora o instituto preveja alterações marginais. Na prática, a maioria dos indicadores tende a ter mudanças apenas na segunda ou terceira casa decimal.
O procedimento é considerado padrão e ocorre sempre após a realização de censos demográficos, prática também adotada por órgãos estatísticos de outros países. Além disso, situações excepcionais, como a pandemia de covid-19, também já exigiram esse tipo de reavaliação.
Para exemplificar, se o Censo identificou maior número de mulheres do que homens, essa proporção passa a ser aplicada nas amostras da Pnad, tornando os dados mais representativos da população brasileira atual.
A cada trimestre, a Pnad visita cerca de 211 mil domicílios em mais de 3,5 mil municípios, coletando informações de pessoas com 14 anos ou mais, abrangendo todas as formas de ocupação. A pesquisa só considera desempregada a pessoa que está efetivamente em busca de trabalho.
O levantamento mais recente, divulgado em 27 de junho, indicou uma taxa de desocupação de 6,2% no trimestre encerrado em maio, a menor para o período desde 2012. A taxa mais baixa registrada foi em novembro de 2024, com 6,1%, enquanto a mais alta, de 14,9%, ocorreu durante a pandemia, em setembro de 2020 e março de 2021.
O Censo 2022 também revelou que o Brasil tem 203.080.756 habitantes, sendo 51,5% mulheres e 48,5% homens. Cerca de 87,4% da população vive em áreas urbanas, e 12,6% em zonas rurais. Em relação à raça, 45,3% se declararam pardos, 43,5% brancos, 10,2% pretos, 0,6% indígenas e 0,4% amarelos.
Fonte: cenariomt