– O desembargador Hélio Nishiyama, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, negou habeas corpus e manteve a prisão temporária do empresário Gabriel Tacca, acusado de ser o mandante do assassinato do também empresário Ivan Michel Bonotto, em março deste ano, em Sorriso (420 km de Cuiabá).
A decisão, publicada nesta segunda-feira (25), confirma a prorrogação da prisão determinada pela 1ª Vara Criminal de Sorriso em 13 de agosto.
Tacca está preso desde 15 de julho, quando foi alvo da Operação Inimigo Íntimo. O suposto executor do crime, Danilo Guimarães, também foi detido na mesma ação.
De acordo com a investigação, Ivan foi esfaqueado dentro da distribuidora de bebidas de Gabriel, após o empresário descobrir que a vítima mantinha um caso com sua esposa, a médica ginecologista Sabrina Iara de Mello. Ela também é investigada por fraude processual, pois admitiu ter apagado conversas e arquivos do celular de Ivan.
No habeas corpus, a defesa de Gabriel alegou que não há provas suficientes contra ele, que colaborou com as apurações ao entregar as senhas de seus aparelhos, e que não existe risco de interferência.
Para Nishiyama, porém, a decisão que prorrogou a prisão está fundamentada na complexidade do caso e na necessidade de concluir diligências, como: análise de dados dos celulares apreendidos, informações repassadas pela plataforma Meta sobre arquivos apagados e investigação de movimentações bancárias dos suspeitos.
O desembargador ainda ressaltou que os primeiros depoimentos de Gabriel e de outros envolvidos apresentaram informações distorcidas, que tentaram simular uma briga de bar, ocultar o relacionamento extraconjugal e encobrir provas.
“Logo, a prorrogação da prisão temporária do paciente parece estar amparada em motivação concreta e idônea, demonstrando a imprescindibilidade da medida para garantir a conclusão adequada das investigações sem interferências”, escreveu Nishiyama.
A traição e o crime
Ivan foi esfaqueado no dia 22 de março, em um bar de propriedade de Gabriel, no bairro Residencial Village. Ele foi socorrido e ficou internado por 22 dias, mas morreu em 13 de abril, no Hospital 3 de Maio.
A vítima, que morava em Tapurah, era amiga próxima do casal e costumava se hospedar na casa deles em Sorriso.
Conforme a Polícia Civil, Gabriel contratou Danilo para executar Ivan em uma encenação de briga. Câmeras de segurança, porém, flagraram o momento em que o empresário atraiu a vítima até o local, onde Danilo o atacou pelas costas e o esfaqueou.
Fonte: odocumento