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Descubra por que visitar Puglia, o encantador calcanhar da Itália

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O salto da bota, o calcanhar da Itália, o “outro sul” menos visitado do que a costa ocidental do país. Ao longo dos tempos, o que a região da Puglia ganhou em apelidos costumava lhe faltar em turistas, que priorizavam destinos mais famosos ao norte ou, quando se dirigiam à parte meridional da península, acabavam optando pelo glamour da Costa Amalfitana.

Mas, pouco a pouco, essa região – também chamada de Apúlia, em português – começou a entrar no roteiro de quem busca um caminho menos percorrido por estrangeiros.

Hoje, a Puglia está longe de ser um destino escondido ou desconhecido no mapa, mas seu despertar relativamente tardio para o turismo ainda garante experiências que já se tornaram mais difíceis de encontrar em outras partes do país: vilarejos com traços típicos de uma Itália menos tocada pelos visitantes, preservando um ar de autenticidade, além de preços geralmente mais baratos para comer, beber e se hospedar.

Apelidada (mais uma alcunha!) de “terra de dois mares” por despontar em meio ao encontro do Adriático com o Jônico, essa parte da Itália conta com um sem-número de belezas naturais, praias com águas azul-turquesa, falésias calcárias e um bocado de história preservada em suas aldeias e cidades que, no passado, eram resumidas em notas rápidas dos guias turísticos do país.

Saiba mais o que ver por lá.

As principais atrações de Puglia

É difícil que uma visita por Puglia não comece por Bari, a maior cidade e capital regional – que, ainda assim, conserva um ar bastante interiorano. São pouco mais de 300 mil habitantes e, embora a cidade mantenha o bulício característico do sul italiano, ainda é um destino bem mais tranquilo do que a outra grande metrópole da parte baixa do mapa com a qual ela costuma ser (equivocadamente) comparada: Nápoles.

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À beira do mar, antigo Teatro Margherita (hoje convertido em museu) é um dos cartões-postais de Bari (Benjamin Smith/Wikimedia Commons)

Banhada pelo Adriático, que pode ser apreciado diretamente de seu famoso calçadão de 15 km (o Lungomare di Bari), a cidade valoriza bastante seus setores diante das águas azuladas. Prédios de arquitetura imponente roubam a cena e, para além das catedrais, vale a pena conferir o antigo Teatro Margherita – hoje um museu de arte contemporânea, à beira do mar – e o Teatro Petruzzelli, o quarto maior da Itália e que segue recebendo funções. Umas das coisas mais agradáveis em Bari é andar por suas ruas e sentir o aroma de amaciante que exalam as roupas estendidas nas varandas dos apartamentos e também ver as nonas em frente às casas com tabuleiros repletos de orecchiette, a massa típica da região.

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Igreja de Santa Croce é o mais famoso exemplar da arquitetura de Lecce, que usa uma rocha típica da região (Renzo Vanden Bussche/Unsplash)

De Bari também chegam e partem linhas de transporte rodoviário e ferroviário para conhecer outros destinos regionais. Pensando ainda nas cidades maiores, também ganha destaque Lecce, a 150 km seguindo na direção da ponta do “salto”: apelidada de “Florença do Sul”, a cidade se destaca pelo acervo arquitetônico construído usando a pietra leccese, um tipo de rocha calcária que só existe ali e confere aos edifícios históricos – como a Igreja de Santa Croce – uma tonalidade que oscila do branco ao dourado, conforme a luz solar.

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Os trulli, casinhas típicas que têm o maior acervo remanescente em Alberobello, são um Patrimônio da Humanidade (Mathilde Ro/Unsplash)

Por sinal, seja na arquitetura ou nos atrativos naturais, as variações de rochas calcárias são definitivamente um dos marcos para quem visita Puglia. Se a ideia é conhecer um pouco mais como elas foram usadas para erguer estruturas no dia a dia, um destino imperdível é Alberobello, uma comuna de 10 mil habitantes na região metropolitana de Bari: a localidade é famosa pelos seus trulli, casinhas com telhados cônicos características do Vale de Itria, e reconhecidas como um Patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1996. A cidadezinha vive abarrotada, o que faz perder um pouco do charme.

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Lama Monachile, a famosa praia de seixos entre as falésias (Stéphan Valentin/Unsplash)

Já se o objetivo é conhecer as belezas calcárias naturais dessa parte do mapa, o destino indispensável no roteiro é Polignano a Mare, uma joia rodeada por falésias que vão dar para o Adriático – o enclave mais famoso é a Lama Monachile, uma estreita praia de seixos entre as escarpas. Não muito longe dali, também fica outra cidade incluída em muitos roteiros pela Puglia: Ostuni, a “cidade branca”, com casinhas e muralhas caiadas – ao estilo mais associado com a Grécia – que dão a impressão de uma fortaleza se erguendo no horizonte.

Como chegar (e quando visitar)

A região da Puglia é facilmente acessível de carro ou de trem, especialmente se a sua “base” para conhecer os lugares menores é em alguma das grandes cidades, casos de Bari ou Lecce. Voos domésticos também pousam em Bari ou, se o seu roteiro começar ainda mais ao sul, em Brindisi.

Como as comunas e aldeias menores são um dos grandes atrativos da área, porém, o mais recomendado é não depender apenas do transporte público, optando por alugar um carro ou contratar um serviço de guia que ajuda a circular por esses pontos de interesse onde os trens e ônibus regulares nem sempre chegam.

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Panorama de Ostuni, a “cidade branca”, na Puglia (Luca Dimola/Unsplash)

Puglia é uma região de clima ameno mesmo no inverno, mas, para aproveitar temperaturas mais elevadas sem dar de frente com tantos turistas, a dica é priorizar a meia-estação, seja na primavera italiana (entre abril e maio) ou no outono (de setembro a outubro).

Se o movimento e o calor excessivo não são um problema, o verão oferece as melhores oportunidades para curtir as praias da região, e é também quando a Puglia vive sua maior efervescência cultural: um dos maiores festivais folclóricos do país, La Notte della Taranta, acontece todo mês de agosto na chamada região de Salento, em torno de Lecce – o maior concerto, que encerra os festejos, ocorre em Melpignano, a 20 km da cidade maior.

O evento também é uma chance de conhecer a música típica dessa região da Itália, a pizzica, com várias releituras de hits contemporâneos adaptados ao estilo.

Fonte: viagemeturismo

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